Secretário adia liberação do corpo de seqüestrador

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Publicado Quarta, 16 de Janeiro de 2002 às 20:55, por: CdB

O secretário da Segurança Pública de SP, Marco Vinicio Petrelluzzi, decidiu não liberar o corpo do seqüestrador Fernando Dutra Pinto, morto desde o dia 2. Os exames realizados, tanto pelo Instituto Médico-Legal (IML) quanto pela Universidade de São Paulo (USP), não encontraram nenhum indício de envenenamento e a morte de Dutra Pinto teria sido conseqüência de uma broncopneumonia. Petrelluzzi reuniu-se hoje tem com o diretor-geral do IML, José Jarjura Jorge, com o superintendente da Polícia Científica, Celso Perioli, e com o perito criminal Carlos Delmonte Fernandes. Os laudos - que ainda não foram oficialmente encerrados - não encontraram vestígios de envenamento. O comentário entre os peritos é que Dutra Pinto "morreu como morrem vários presos no País". O seqüestrador de Silvio Santos e da filha dele, Patrícia, sofria de bronquite. Foi espancado por agentes penitenciários, recebeu o mesmo atendimento médico precário oferecido a todos os detentos, além de ter ficado em condições inadequadas. Mas nada disso vai aparecer nos laudos. Apesar de os exames não terem encontrado vestígios de envenenamento, a Secretaria da Segurança só deve liberar o corpo do seqüestrador para ser enterrado após a conclusão oficial dos exames, sem que haja contestação. Petrelluzzi não quer que pairem dúvidas para evitar que o corpo tenha que ser exumado no futuro. Depoimento - Ainda hoje, o irmão de Dutra Pinto, Esdras, e Marcelo Batista dos Santos, o Pirata, que participaram do seqüestro e também estavam presos no Centro de Detenção Provisória (CDP), prestaram depoimento na 5.ª Seccional de Polícia, na zona leste. Ambos confirmaram ao delegado Roberto Avino o que já haviam dito ao juiz-corregedor dos presídios, Otávio Augusto Machado de Barros Filho: que Dutra Pinto foi espancado e permaneceu dez dias numa solitária, após ter sido levado para a Santa Casa, onde recebeu recomendação de tratamento. Assim como haviam feito no depoimento ao juiz, os dois disseram os nomes dos agentes que espancaram Dutra Pinto.

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