Segundo dia de greve de ferroviários provoca caos na França

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Publicado Quarta, 04 de Abril de 2018 às 07:39, por: CdB

Passageiros de Paris e arredores se espremeram nos poucos trens em funcionamento durante o horário de pico enquanto muitas plataformas das estações mais movimentadas da capital francesa permaneciam vazias

Por Redação, com Reuters - de Paris:

Milhões de usuários franceses dos transportes intermunicipais enfrentaram um segundo dia consecutivo de caos nesta quarta-feira, com os ferroviários em greve enfrentando o governo do presidente Emmanuel Macron em uma disputa a respeito da reforma da operadora estatal de trens SNCF.

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Milhões de usuários franceses dos transportes intermunicipais enfrentaram um segundo dia consecutivo de caos nesta quarta-feira

Passageiros de Paris e arredores se espremeram nos poucos trens em funcionamento; durante o horário de pico enquanto muitas plataformas das estações mais movimentadas da capital francesa permaneciam vazias.

Macron quer transformar a estatal altamente endividada; que perde cerca de US$ 3,7 milhões por ano; em um serviço público lucrativo capaz de suportar a concorrência estrangeira quando seu monopólio terminar em 2020; em linha com as leis da União Europeia.

Os sindicatos

Os sindicatos rejeitam os planos para acabar com os privilégios especiais dos ferroviários; como empregos vitalícios e aposentadorias antecipadas; e se queixam de que o governo está abrindo caminho para a privatização da SNCF.

Macron, um ex-banqueiro de investimento; estabeleceu um prazo para a finalização da reforma até o verão europeu.

– Não entendo a greve. Alguns dizem que queremos acabar com os serviços públicos; e isso está simplesmente errado – disse Julien Denormandie; secretário do governo Macron, à BFM TV.

Macron

Ao enfrentar os sindicatos de ferroviários, Macron está trilhando um caminho no qual ex-presidentes fracassaram; ou que evitaram, determinado a consolidar sua imagem de destemido e incansável modernizador da economia francesa.

O desfecho da batalha pode definir sua Presidência; os sindicatos já estão abalados com seu sucesso na liberalização das regras trabalhistas no outono passado e precisam de uma vitória.

Outros movimentos de protesto também estão emergindo; já que universitários, servidores públicos; coletores de lixo e pensionistas estão revoltados com a agenda de reformas sociais e econômicas de Macron.

Mas até agora eles deram poucos sinais de que se aglutinarão em um movimento único mais poderoso; e enquanto isso a França se prepara para comemorar o 50o aniversário da revolta anti-establishment de maio de 1968 que transformou a nação.

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