Sinal vermelho para a produção de carros nacionais

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Publicado Quarta, 07 de Agosto de 2002 às 04:07, por: CdB

A retração das vendas de veículos obrigou as montadoras a frear a produção em julho. Números divulgados hoje pela Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores) mostram que foram produzidas 147.020 unidades em julho, uma queda de 6,8% em relação ao mesmo mês de 2001. Na comparação com junho de 2002, quando a produção totalizou 147.503 veículos, o recuo foi de 0,3% e janeiro a julho, foram produzidos 1,037 milhão de veículos, o que corresponde a uma diminuição de 9,1% em relação aos primeiros sete meses de 2001, quando 1,140 milhão de unidades foram fabricadas. A queda na produção de veículos já era esperada, já que muitas montadoras programaram férias coletivas ou paradas programadas para adequação ao mercado. A temporada de férias coletivas começou em maio, quando a General Motors deu dez dias de folga para 2.000 dos 8.600 funcionários da fábrica de São José dos Campos. Em junho, as montadoras adotaram a estratégia de reduzir a produção por meio de férias coletivas mais intensamente. A Fiat deu 20 dias de folga para 1.000 dos 9.000 funcionários de Betim (MG). A Renault deu dez dias de folga para os funcionários da fábrica de São José dos Pinhais (PR) e a GM parou a produção do Celta por dois dias, na unidade de Gravataí (RS). A temporada de férias coletivas continuou em julho e prossegue este mês. No mês passado, a Volkswagen deu nove dias de folga para 15 mil funcionários da unidade Anchieta da Volkswagen, em São Bernardo, no ABC paulista. Para este mês, a montadora adotou a 'Semana Volkswagen'', com folga em quatro das cinco sextas-feiras de agosto nas fábricas de São Bernardo e Taubaté, além de férias coletivas para 2.500 trabalhadores da unidade Anchieta. A Ford deu dias de férias coletivas para 1.500 funcionários da linha de carros de São Bernardo, que retornam quinta-feira ao trabalho. A General Motors de São Caetano e DaimlerChrysler, de São Bernardo também deram folga para seus trabalhadores, que emendaram o feriado estadual de 9 de julho. A GM também colocou 7.000 trabalhadores em férias em julho, sendo 4.500 da unidade de São Caetano e 2.500 de São José dos Campos, no interior de SP. As férias acabam hoje. Ao mesmo tempo, a GM fechou com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, filiado à Força Sindical, para resolver, pelo menos até março de 2003, o excedente de 700 funcionários da fábrica local. Até lá, a montadora vai adotar medidas como PDV (programa de demissão voluntária), redução da jornada e lay-off (afastamento temporário com diminuição de salários) para driblar a queda das vendas de carros para o mercado interno e elevação de estoques. A Fiat programou dois períodos de dez dias de férias para 1.000 funcionários de Betim (MG) no mês passado. Um começou no dia 17 de julho e outro no dia 22. A Renault abriu ontem um PDV (programa de demissão voluntária) para 140 trabalhadores na fábrica de São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba), que emprega cerca de 3.000 pessoas. Os cortes são decorrentes do término de um dos dois turnos de trabalho na unidade que produz o Clio e o Scenic. A fábrica já fez quatro paradas de uma semana cada desde o início do ano, para adequar seu estoque à demanda de mercado. Mas as medidas foram insuficientes e a Renault tem um estoque de 16 mil veículos.

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