As pensões da Previdência serão desvinculadas do salário mínimo – o que significa que ficarão abaixo do piso salarial. As Forças Armadas e os parlamentares manterão, intactos, seus privilégios
Por Redação - de Brasília e São Paulo
Premido pela Operação Lava Jato e as delações premiadas da empreiteira Odebrecht, dentre outros escândalos, o presidente de facto, Michel Temer tem pressa. Por isso, resolveu encaminhar, na terça-feira ao Congresso, a proposta de reforma para a Previdência Social. A idade mínima para aposentadoria será de 65 anos para homens e mulheres. A medida vale para todos os homens com menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 (para os demais, haverá uma regra de transição).
As pensões serão desvinculadas do salário mínimo – o que significa que ficarão abaixo do piso salarial. As Forças Armadas e os parlamentares manterão, intactos, seus privilégios.
Na noite passada, em São Paulo, Temer disse que a proposta de emenda constitucional que propõe o teto de gastos das contas públicas federais (PEC 55/2016) não é suficiente para gerar a credibilidade nem reduzir a recessão. Segundo afirmou, "é preciso caminhar mais". Durante o discurso em que anunciou o arrocho, foi aplaudido pelo público presente ao Brazil Opportunities Conference, promovido pelo banco norte-americano J. P. Morgan.
— Devo registrar que a proposta de emenda constitucional do teto não é suficiente para gerar a credibilidade integral. E, no particular, capaz de reduzir ou impedir a recessão. É preciso que caminhemos mais. E o caminhar mais significa que faremos na próxima semana, quando remeteremos ao Congresso Nacional, uma proposta de emenda à Constituição que visa a readequar a Previdência Social no nosso país — disse. Segundo ele, o déficit da Previdência Social é de quase R$ 100 bilhões neste ano e a projeção é de que seja de R$ 140 bilhões para o ano que vem. Mas há controvérsias quanto aos números apresentados.