SP: Doria corta serviço de atendimento aos moradores de rua

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Publicado Segunda, 31 de Julho de 2017 às 12:39, por: CdB

Trabalhadores do atendimento social fazem protesto contra demissões em São Paulo. Corte afetará principalmente atendimento às crianças e adolescentes

Por Redação, com Vermelho - de São Paulo:

Com o prefeito Doriana é assim: na propaganda, entrega de cobertores para pessoas em situação de rua. Na vida real, demissão de cerca de 400 trabalhadores terceirizados que fazem abordagem a esta população na cidade de São Paulo.

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Trabalhadores do atendimento social fazem protesto contra demissões em São Paulo

As demissões serão possíveis porque a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) resolveu cortar o turno da manhã do Serviço Especializado de Abordagem, SEAS.

Para a Maria Gusmão, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e a Família do Estado de São Paulo – SITRAEMFA, a decisão afeta diretamente o serviço. Pois é no período da manhã que a abordagem é mais eficaz. Já que muitos fazem uso de bebidas alcoólicas e drogas durante o dia e a noite. O que prejudica o vinculo com os profissionais.

– O problema é que um prefeito que tem pouco mais de 100 dias de governo e um secretário que está ocupando o cargo há alguns meses acham que entendem de uma situação tão complexa como a que vivemos em São Paulo. Tomam decisões sem ouvir os trabalhadores que lidam todo dia com o problema – explicou Maria Gusmão.

Segundo a dirigente, nem mesmo o Conselho Municipal de Assistência Social de São Paulo – Comas-SP foi ouvido.

Visão limitada da Assistência Social

O que está por trás do corte do serviço de abordagem durante o dia é uma visão limitada e assistencialista da Assistência Social da pasta comandada pelo secretário da Secretaria Municipal de Assistência Social. O empresário Filipe Sabará.

Para a orientadora sócio-educativa do SEAS da Zona Norte, Brenda Lima, ao limitar as abordagens no período da tarde e noite. O secretário limita o serviço ao encaminhamento para os albergues. “Mas o nosso trabalho é muito mais do que isso, tem as orientações para retirada de documentos, acompanhamento dos tratamentos médicos, do vínculo com a família. Tudo isso é feito durante o dia, não à noite”, explica.

Outra perversidade da medida é que os mais prejudicados com as demissões serão as crianças e os adolescentes. Segundo a orientadora Rosa Silva, do SEAS – Oeste, que trabalha diretamente com esta faixa etária. Este é grupo mais sensível para a criação de vínculos. A queda repentina desta relação pode afetar as relações de cofiança que vêem sendo estabelecidas a longo prazo.

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