SP: especialistas apontam falhas do poder público no combate à febre amarela

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Publicado Sexta, 19 de Janeiro de 2018 às 11:07, por: CdB

De acordo com pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas, gestões federal e estadual deveriam dar prioridade no atendimento nas regiões rurais da capital paulista

Por Redação, com RBA - de São Paulo:

Os governos de Temer e Alckmin falharam na política de combate à febre amarela. Segundo o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, esta é a principal causa da atual corrida da população aos postos de saúde em busca de vacina. Mesmo assim, ele enfatiza que não há motivo para pânico: nada indica que haverá um surto da doença nas cidades.

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Segundo Padilha, com o congelamento de verba para o Ministério da Saúde por 20 anos, cobertura vacinal fica comprometida

– A febre amarela silvestre acontece em áreas de floresta, onde necessariamente tem; que ter um hospedeiro permanente do vírus da febre amarela. Um mosquito que só têm na floresta é o que transmite a doença para um ser humano; que entra na floresta – afirma o ex-ministro ao repórter Jô Miyagui, da TVT.

Nas regiões urbanas esse vírus é transmitido pelo já conhecido Aedes Aegypti. Mas por enquanto não é preciso se preocupar com a febre amarela urbana; acrescenta Padilha. "Nós não temos risco de transmissão de febre amarela no ambiente urbano. Embora a gente tenha o Aedes Aegypti, não temos um número de casos suficientes para; que você possa ter uma epidemia urbana de febre amarela", explica o ex-ministro.

Por causa do surto de febre amarela no estado de São Paulo, há grandes filas para vacinação nos postos de saúde. A população está preocupada, mas segundo Padilha não há razão para pânico. "Não tem, hoje, um volume de casos de seres humanos infectados com vírus da febre amarela o suficiente; para que você tenha um mosquito vetor."

Como não houve campanha de vacinação permanente e nem campanhas de esclarecimento; a população correu assustada para os postos de saúde e agora está sofrendo. "É uma falta de respeito com a população. Eu cheguei aqui cedo e acabou a vacina. Depois chegou mais, porém faltou agulha"; disse uma pessoa que aguardava atendimento num posto de saúde do centro da capital (confira depoimento abaixo).

FGV

Pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Daniele Sanches afirma; que o investimento federal no combate a doenças epidemiológicas foi adequado. Mas que o erro foi a estratégia adotada pelos governos Temer e Alckmin. "Áreas como capitais e regiões metropolitanas com grande taxa de população foram priorizadas na vacinação; enquanto as áreas rurais não foram tão priorizadas.

Por conta das notícias sobre febre amarela, a população das áreas urbanas está correndo até os postos de saúde para se vacinar; quando o foco deveria ser nas áreas rurais, de floresta.”

– Na medida que o Ministério da Saúde diz que nos próximos 20 anos não vai ampliar recursos para a saúde; todo o Sistema Único de Saúde é afetado nas situações, no atendimento, cobertura vacinal e até a produção das vacinas – acrescenta Padilha.

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