Sri Lanka procura carrascos por meio de anúncio em jornal

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Publicado Sexta, 15 de Fevereiro de 2019 às 11:59, por: CdB

Autoridades prisionais procuram homens entre 18 e 45 anos "de excepcional caráter moral", para salário mensal de 180 euros. Execução de condenados à morte deve voltar a ser aplicada no país após hiato de mais de 40 anos.

Por Redação, com DW - de Londres

Autoridades prisionais do Sri Lanka, país insular no Oceano Índico, estão em busca de executores profissionais. O governo se prepara para voltar a executar condenados à morte pela Justiça, após um hiato de mais de 40 anos.
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Governo anunciou que a execução de condenados à morte deve voltar a ser aplicada, o que não ocorre desde 1976
O anúncio de emprego para o cargo de carrasco foi publicado no jornal Daily News. Os candidatos devem ser homens do Sri Lanka que tenham entre 18 e 45 anos, sem antecedentes criminais e com "excepcional caráter moral" e "excelentes faculdades mentais". O salário equivale a cerca de 180 euros (aproximadamente 750 reais) por mês, de acordo com a imprensa local. O presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, anunciou recentemente que a pena de morte voltaria a ser aplicada no país, o que não ocorre desde 1976. A ministra da Justiça, Thalatha Athukorale, disse no início do mês que os documentos para a execução de cinco criminosos envolvidos com drogas já haviam sido preparados.

Os tribunais

Os tribunais do país ainda preveem punição por pena de morte por assassinato, estupro e infrações ligadas a drogas, mas na prática nenhuma sentença desse tipo foi executada nos últimos 43 anos. Elas têm sido comutadas para prisão perpétua. Organizações de direitos humanos pedem às autoridades que revoguem a pena de morte. O presidente do país alertou recentemente sobre os perigos dos crimes relacionados às drogas e elogiou a guerra brutal contra o tráfico realizada pelo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte. "Exemplo para o mundo inteiro e para mim pessoalmente", afirmou Sirisena. Drogas como heroína e maconha são muito difundidas no Sri Lanka, e o número de presos é crescente. Desde que Duterte assumiu o cargo em meados de 2016, aproximadamente 5 mil suspeitos de envolvimento com drogas, entre supostos usuários e traficantes, foram mortos nas Filipinas por resistência à prisão, segundo dados oficiais. Ativistas de direitos humanos afirmam que o número real seja pelo menos duas vezes maior e que provas são forjadas contra as vítimas.
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