STF libera acesso da PF a investigação do Facebook contra Bolsonaro

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Publicado Quarta, 15 de Julho de 2020 às 16:05, por: CdB

A PF alega que a determinação à rede social deve ocorrer de maneira urgente, para que as pessoas envolvidas com as contas removidas não tenham tempo de se desfazer dos dados. O STF atendeu, de pronto, à demanda dos investigadores.

Por Redação - de Brasília
O cerco à produção e disseminação do discurso de ódio e notícias falsas, que levou o Facebook a excluir contas inautênticas e robôs digitais, nos últimos dias, conflagra as forças neofascistas que atuam sob a coordenação do chamado ‘Gabinete do ódio’. Segundo filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o Carluxo, ou ’02’ como também é conhecido, foi apontado como chefe do esquema criminoso na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News.
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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, impede que o presidente Bolsonaro (sem partido) permaneça com o 'Gabinete do ódio'
Diante dos novos fatos, o cenário para assessores e familiares de Bolsonaro tende a se complicar. A Polícia Federal (PF) demandou, em ofício ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o acesso imediato a todos os dados da investigação privada de posse do Facebook. O pedido da PF consta do inquérito que apura o financiamento dos atos antidemocráticos, cuja relator é o ministro do STF. No pedido, a PF alega que a determinação à rede social deve ocorrer de maneira urgente, para que as pessoas envolvidas com as contas removidas não tenham tempo de se desfazer dos dados. Moraes atendeu, de pronto, à demanda dos investigadores.

Neofascista

Agora, a PF está com acesso liberado aos dados da investigação da rede social, que derrubou uma rede de contas e perfis falsos ligados a integrantes do gabinete do presidente, seus filhos, ao PSL e aliados. O acesso às informações da investigação da rede social foi autorizado em dois inquéritos em curso, no STF, que preocupam o presidente. Tanto o das fake news quanto o dos atos antidemocráticos têm potencial para desaguar no Plenário do STF e, em seguida, no Congresso, como base de um dos mais de 30 pedidos de impeachment que pesam sobre o mandatário neofascista. No âmbito das fake news, Alexandre de Moraes chegou a apontar, em maio, indícios de que um grupo de empresários atuava de maneira velada financiando a disseminação de notícias falsas e conteúdo de ódio contra integrantes da Corte e outras instituições. O ministro também definiu como “associação criminosa” o grupo do “Gabinete do ódio”.

Fake news

O Facebook anunciou, no início deste mês, que identificou e removeu 35 contas, 14 páginas e um grupo no Facebook e 38 contas no Instagram por ‘comportamento inautêntico coordenado’. O conteúdo investigado pela plataforma identificou ao menos cinco funcionários e ex-auxiliares que disseminavam ataques a adversários políticos de Bolsonaro. Na lista está Tercio Arnaud Thomaz, que é assessor do presidente e integra o chamado ‘gabinete do ódio’, núcleo instalado no terceiro andar do Palácio do Planalto. Um dos funcionários envolvidos na rede identificada pelo Facebook trabalhava para Carluxo. Outro é contratado do deputado estadual pelo PSL de São Paulo Coronel Nishikawa. A rede de fake news derrubada pelo Facebook também inclui os deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos, ambos do PSL fluminense. A rede social indicou que as páginas no Facebook que foram derrubadas tinham 883 mil seguidores, enquanto as contas no Instagram, 917 mil seguidores. Além disso, 350 pessoas estavam no grupo investigado.

Pandemia

Arnaud, a exemplo do presidente Bolsonaro, que permanecia em quarentena, no Palácio da Alvorada, também testou positivo para a covid-19. Arnaud integra a equipe responsável pela parte operacional das redes sociais de Bolsonaro. Ele é apontado como parte do esquema de publicações falsas que favorecem o presidente. Ele foi vinculado a contas derrubadas pelo Facebook na semana passada, apontado como um dos coordenadores da campanha de Bolsonaro na redes de minimizar a gravidade da pandemia. O assessor é um dos funcionários do Planalto mais próximo ao ’02’.
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