STF autoriza quebra de sigilo de círculo próximo a Temer e parceiros

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Publicado Domingo, 25 de Fevereiro de 2018 às 11:18, por: CdB

Ministro-relator da Operação Lava Jato, no Supremo, Roberto Barroso amplia leque de investigados. A informação sobre a quebra de sigilo partiu, na noite passada, da assessoria de imprensa da Procuradoria-Geral da República (PGR).

 

Por Redação - de Brasília

 

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso aceitou o pedido feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e determinou a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de vários investigados. No documento, constariam requisições da PF de quebras de sigilo bancário; fiscal e telefônico do presidente de facto, Michel Temer. Além dele, pessoas físicas e jurídicas no chamado inquérito dos portos, que investiga o presidente Michel Temer, estão na alça de mira da Polícia Federal (PF) desde dezembro.

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A PGR, Raquel Dodge, atendeu ao pedido da PF e o encaminhou ao STF, que mandou seguir adiante

A informação partiu, na noite passada, da assessoria de imprensa da Procuradoria-Geral da República (PGR). Os nomes dos alvos das medidas restritivas, no entanto, não foram revelados porque os pedidos estão sob segredo de Justiça.

A instituição veio a público com a informação, segundo assessores, para prestar esclarecimentos após os comentários do delegado da PF Cleyber Malta Lopes, responsável pelo caso. Ele declarou que, desde dezembro último, estaria pendente manifestação do MPF sobre a apuração.

Empresa visada

Os pedidos foram apresentados por Dodge ainda no dia 12 de dezembro e aceitos integralmente por Barroso, no STF; três dias depois. Antes, portanto, do recesso do Judiciário. Desde então, as varreduras estão em curso, inclusive sobre os movimentos de Temer neste caso, segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil.

Apesar do recesso, porém, a PGR voltou a se manifestar, favoravelmente, ao pedido de extensão de quebra de sigilo de informações de uma empresa. O nome da companhia não foi revelado. Este pedido específico ainda estaria sob análise no gabinete de Barroso.

Após o recesso, segundo a PGR, a polícia apresentou novo pedido ao STF de quebras de sigilo bancário e fiscal; e o Ministério Público Federal verificou que o pleito já estava contido no pedido apresentado em dezembro pela instituição.

Corrupção

O caso envolvendo o inquérito dos portos; único contra o presidente de facto, em curso no Supremo, tornou-se ainda mais sensível desde que, no último dia 9, o diretor-geral da PF, Fernando Segovia, disse em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters que não tinha encontrado indícios de corrupção no inquérito dos portos. Ele indicou a tendência de arquivamento do caso.

Segovia destacou, ainda, que o delegado Cleyber Malta Lopes pode ser questionado pela Corregedoria da PF. E até mesmo punido pelos questionamentos feitos a Temer; se houver uma reclamação formal da parte do presidente. Essas declarações geraram forte reação dentro da PF e fora dela, levando Barroso a intimar Segovia a comparecer pessoalmente na semana passada ao Supremo para se explicar.

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