STF manda soltar Dirceu apesar da pressão de promotores da Lava Jato

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Publicado Terça, 02 de Maio de 2017 às 15:22, por: CdB

Prevendo o resultado, já adiantado por analistas políticos, os promotores evitaram expedir nenhum novo pedido de prisão para Dirceu

 

Por Redação - de Brasilia

 

Por três votos, dos ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes a dois Edson Fachin e Celso de Mello), a 2ª Turma do STF concedeu habeas corpus ao ex-ministro José Dirceu. A libertação de Dirceu ocorreu no mesmo dia em que a força-tarefa da Operação Lava Jato tentou pressionar a Corte Suprema. Nenhum fato novo foi adicionado à denúncia, realizada em uma coletiva nacional de imprensa, convocada para a manhã desta terça-feira. Justamente o dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) julga um pedido de libertação do líder petista.

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Dirceu foi liberado da prisão por ordem do STF

Prevendo o resultado, já adiantado por analistas políticos, os promotores evitaram expedir nenhum novo pedido de prisão para Dirceu.

Advogado do ex-ministro, Roberto Podval estranhou a ‘coincidência’.

— É bem estranho que, no dia do julgamento do habeas corpus, depois de dois anos que Zé Dirceu está preso, o MPF resolva apresentar nova denúncia. Isso me faz pensar que estão se utilizando do direito de denunciar para fazer valer sua vontade — comentou Podval com jornalistas.

Abuso de autoridade

Dallagnol, coordenador Lava Jato, chegou a admitir que, em razão da análise do habeas corpus pelo STF, "houve a precipitação" da apresentação da nova denúncia, que segundo ele, já estava pronta. Mas Dallagnol, ainda assim, considerou a denúncia oportuna.

— Evidentemente, esta acusação já estava sendo amadurecida. É uma acusação que estava para ser oferecida e, em razão da análise de um habeas corpus, teve uma precipitação no objetivo de oferecer novos fatos ao STF — admitiu.

A admissão quanto ao momento de apresentação da denúncia, para o advogado de Dirceu, no entanto, configura “abuso de autoridade”.

— O MPF tem uma função importante demais para se permitir a tais atitudes. Assim, acabam perdendo a seriedade. Depois reclamam da lei de abuso de autoridade. As partes em um processo precisam atuar com ética e seriedade — repreendeu.

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