Talebã diz que não entrega bin Laden e ponto final

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Publicado Sexta, 21 de Setembro de 2001 às 12:00, por: CdB

"Não mudamos nossa posição. Se Osama quiser deixar o Afeganistão, ele poderá. Mas não podemos forçá-lo a isso". Foi o que disse o embaixador talibã no Paquistão, Abdul Salam Zaeef, nesta sexta-feira, logo após o discurso de George W. Bush, no Congresso norte-americano, quando prometeu usar de todas as armas para capturar o saudita Osama bin Laden e combater o terrorismo mundial. Zaeef acrescentou que entregar o milionário saudita aos EUA seria "um insulto ao Islã e à lei islâmica". O afegão pediu paciência aos Estados Unidos nas investigações sobre os atentados contra o World Trade Center e o Pentágono. Segundo Zaeef, o decreto religioso dos clérigos reunidos em Cabul pedindo para que Bin Laden saia do Afeganistão por sua própria vontade não é uma ordem. - Não há uma obrigação. Trata-se unicamente de uma sugestão dos ulemás - disse. Segundo Zaeef, o chefe talibã e sogro de bin Laden, o mulá Mohammed Omar, não é obrigado a pronunciar-se sobre o fatwa (decreto religioso). O embaixador afirmou, também, que o Talibã nunca vai se render se os Estados Unidos atacarem o Afeganistão. - Será uma demonstração de força. Nunca nos renderemos ao mal e à força - enfatizou Zaeef. Os talibã reiteraram que a represália militar contra o país desencadeará uma "Jihad", ou Guerra Santa, e convocaram o Golfo Pérsico e outras nações árabes a apoiar o Afeganistão em qualquer batalha com os Estados Unidos. Por meio de um intérprete, Zaif também disse não ter qualquer informação sobre o paradeiro atual de bin Laden. Apesar da promessa do Paquistão de apoiar plenamente os Estados Unidos no caso de um ataque ao Afeganistão, os talibã não fizeram qualquer ameaça aberta ao vizinho e aliado de longa data. Por último o Talebã afirmou que a entrevista coletiva desta sexta-feira representava a palavra final do regime sobre a questão. Na noite de quinta-feira, o presidente Bush deu um ultimato aos talibã: que entregassem os terroristas ou "tivessem o mesmo destino que eles". Em discurso às duas casas do Congresso, Bush disse que o Talebã não estava apenas reprimindo seu próprio povo, mas "ameaçando as pessoas em todos os lugares ao patrocinar o abrigo e a assistência aos terroristas". "Ao ajudar e aparelhar o crime, o regime Talebã está cometendo assassinato", acrescentou. Sem mencionar datas para a operação contra o Afeganistão, Bush explicou ao Congresso sua decisão de deslocar forças militares e não deixou dúvida de que as intervenções serão parte da resposta dos Estados Unidos aos atentados em Nova York e Washington, no último dia 11.

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