Taxa de desemprego sobe e atinge maior nível em quase 4 anos

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Publicado Quinta, 21 de Maio de 2015 às 10:07, por: CdB

A taxa de desemprego no Brasil atingiu o maior nível em quase quatro anos, de 6,4% em abril, ao subir pela quarta vez seguida, em mais um mês marcado pelo aumento da procura por vagas e queda na renda no momento em que o governo se prepara para anunciar o contingenciamento de gastos. O número da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o mais alto desde maio de 2011, quanto também ficou em 6,4%. Em abril de 2014 a taxa foi de 4,9%.

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O número da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o mais alto desde maio de 2011
Pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters apontava expectativa de que o desemprego subisse a 6,3%, após ter atingido 6,2% em março. Desde o início do ano o mercado de trabalho no país vem mostrando recorrente esgotamento, com aumento da procura por emprego e menor criação de vagas ou demissões, diante da perspectiva de contração da economia brasileira este ano em meio ao aperto monetário e inflação alta, além do ajuste fiscal em curso. A PME mostrou que em abril a população desocupada, grupo que inclui pessoas sem trabalhar mas à procura de uma oportunidade, subiu 4,2% ante o mês anterior, avançando 32,7% sobre o ano anterior, para 1,557 milhão de pessoas. - O aumento da população desocupada está sendo abastecido por pessoas que perdem trabalho e por pessoas que antes não procuravam e, agora, voltam a procurar diante do fator renda (que está mais baixa) - disse a coordenadora da pesquisa no IBGE, Adriana Berenguy. Segundo ela, cerca de um terço da população desocupada é formada por jovens de 18 a 24 anos, faixa em que a taxa de desemprego chegou a 16,2% em abril ante 12% no mesmo mês do ano passado. O IBGE informou que a renda média real teve perda de 0,5% em abril sobre março, e caiu 2,9% em relação a um ano antes, terceira queda em ambas as comparações, a R$2.138,50. Setor privado O emprego com carteira assinada no setor privado registrou queda de 0,5%o na comparação com março, ou 55 mil vagas a menos. Em relação a abril de 2014, a queda foi de 1,9%, ou 219 mil postos de trabalho. A indústria, que padece há tempos com as dificuldades enfrentadas pelo país, registrou corte de 5 mil vagas em abril na comparação com o mês anterior, mas em relação ao mesmo mês do ano passado a perda foi de 168 mil postos de trabalho. Por sua vez, a população ocupada teve alta de 0,2% sobre março, chegando a 22,769 milhões de pessoas, mas caiu 0,7% ante o mesmo período do ano anterior. - Essa deterioração do mercado de trabalho... pode mudar totalmente a cara da recessão, que vai ser liderada por consumo de famílias - destacou o economista e estrategista-chefe para a América Latina do Barclays, Bruno Rovai. Ele prevê que a economia brasileira deve contrair 1,1% neste ano e crescer 0,5% em 2016, mas afirmou que pode rever as projeções, a depender da postura fiscal adotada pelo governo. Nesta quinta-feira, o índice de atividade econômica do Banco Central apontou que o primeiro trimestre encerrou com contração de 0,8% sobre os três últimos meses de 2014. A mesma tendência de exaustão do mercado de trabalho já havia sido indicada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que tem abrangência nacional e cujo objetivo é substituir a PME. Segundo a Pnad, no primeiro trimestre a taxa de desemprego atingiu o maior nível em dois anos, de 7,9%.

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