Telescópio descobre galáxias e buraco negro a 200 milhões de anos-luz

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Publicado Domingo, 17 de Julho de 2016 às 14:34, por: CdB

Com apenas um quarto da sua capacidade utilizada, o rádio telescópio MeerKat já capturou 1,3 mil galáxias em um detalhe ínfimo do universo, onde havia apenas 70 conhecidas

 
Por Redação, com ACS - de Cidade do Cabo
  A montagem do MeerKat também capturou a imagem de um imenso buraco negro no centro de uma das galáxias reconhecidas, a aproximadamente 200 milhões de anos-luz, onde nuvens de hidrogênio formam novas estrelas em grande número. Ainda que operando com apenas um quarto de sua eventual capacidade, o MeerKat construído na África do Sul demonstrou seu imenso poder, na madrugada deste domingo.
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O rádio telescópio Meerkat alcança uma região ainda pouco explorada do universo, a 200 milhões de anos-luz
Do telescópio Byrd em West Virginia ao Telescópio Arecibo, em Porto Rico, ao sistema MeerKAT na África do Sul, o mundo dispõe de gigantescos radiotelescópios. Essas matrizes de grandes proporções são precisas e poderosas, mas em 2024, tendem a ser superadas pela capacidade da Matriz Quilômetro Quadrado (SKA, na sigla original) — um sistema de telescópio grande o bastante para responder as mais profundas dúvidas da ciência sobre a natureza do universo. Os sistemas implantados nos telecópios têm duas variantes — pratos individuais enormes como o de 305 metros de largura do Aricebo, ou um conjunto de pratos menores coordenados, como o da matriz MeerKat, na África do Sul. As matrizes têm uma vantagem importante sobre os pratos únicos — os pratos individuais menores podem ser espalhados em uma área maior do que a que um único poderia cobrir, garantir à matriz uma área de coleta mais vasta. “Grandes áreas de coleta se traduzem em grandes campos de visão pesquisáveis e mais dados para se estudar. O MeerKAT, o atual recordista em tamanho e a matriz telescópica mais precisa, tem uma área de coleta de cerca de 18 mil metros quadrados. Quando o SKA, cujo custo será de US$ 1,9 bilhão, estiver pronto, ele proverá, como seu nome sugere, uma área de coleta de um milhão de metros quadrados. Ele será cinquenta vezes mais preciso do que qualquer outro sistema de rádio do planeta e capaz de varrer o céu dez mil vezes mais rapidamente do que qualquer sistema atual. Dez mil”, define o relatório da MeerKat a que a reportagem do Correio do Brasil teve acesso. O desenvolvimento do projeto do SKA ocorre desde 1991 e é composto por 20 nações. “O sistema será quebrado em duas partes — um sítio na área rural da África do Sul (tal qual os sítios remotos em Botsuana, Gana, Quênia, Madagascar, Ilhas Maurício, Moçambique, Namíbia e Zâmbia). A outra metade nas regiões mais remotas da Austrália e Nova Zelândia. Esses locais foram escolhidos porque o hemisfério sul tem uma vista melhor da Via Láctea e  oferecem quantidades baixas de interferência de rádio pelo homem”, acrescenta o documento. A matriz em si será populada por cerca de 3 mil receptores individuais de 15 metros de altura e 12 de largura que, com a ajuda de suas matrizes irmãs, abrangerá o espectro entre 70 MHz e 10 GHz. O SKA terá um grupo central de receptores em cada sítio, bem como ramificações de 3200 km que saem do seu central (motivo pelo qual o grupo sul africano também firmou parcerias com outras oito nações da África). Esses braços serão interligados por linhas de fibra ótica de alta velocidade que despejarão cerca de 937 mil terabytes de dados para um super computador de processamento central todo dia — isso é 100 vezes o tráfego mundial da Internet. Além disso, o sistema também empregará uma matriz de abertura de frequência média composta de 250 estações separadas, cada uma usando 160 mil receptores, e uma matriz de abertura de baixa frequência com 2,5 milhões de receptores usados para detectar hidrogênio neutro, um bloco construtivo do começo do universo. “No fim das contas, isso gerará as imagens de maior resolução de toda a astronomia”, conclui.
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