Temer continua. E agora?

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Publicado Sexta, 04 de Agosto de 2017 às 12:56, por: CdB

O que é positivo para Temer é diretamente negativo para o povo. As consequências de sua enlameada vitória não são apenas psicológicas. Daqui para frente a recessão vai continuar aumentando.

 

Por Val Carvalho - do Rio de Janeiro

 

A vitória dos “profissionais” de Temer, como se vangloriavam na Câmara os golpistas diante dos que consideram meros “amadores”, os deputados da oposição, deixou o Brasil à beira de um ataque de nervos. Sentindo-se impotente, sem saída, o brasileiro não entende como Temer conseguiu ficar se todo mundo é contra ele.

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Val Carvalho Correio do Brasil

Acontece que enquanto a oposição popular estiver somente nas pesquisas quem continuará ganhando são os “profissionais da corrupção”. A base comprada por Temer foi a mesma comprada por Cunha para dar o golpe na Dilma. Foi a mesma financiada pelo poder econômico, por meio de Cunha, para se eleger em 2014 e em seguida elegê-lo presidente da Câmara, posição estratégica usada por Aécio Neves e pela Globo para sabotar a economia e imobilizar Dilma, preparando a sociedade e a Câmara para dar o golpe da serpente.

Esgoto moral

Mas o que é positivo para Temer é diretamente negativo para o povo. As consequências de sua enlameada vitória não são apenas psicológicas. Daqui para frente a recessão vai continuar aumentando, a divisão entre os golpistas se tornará mais acentuada, com a Rede Globo atacando Temer e com isso ajudando involuntariamente na politização do povo, e a mobilização social só tende a crescer diante dos efeitos negativos do desemprego, das reformas reacionárias e do desmonte dos serviços de saúde e de educação pública.

O impasse absoluto criado pela vitória da corrupção coloca com mais urgência a necessidade da saída democrática da crise. Uma crise ao mesmo tempo econômica, política, social e principalmente ética. A descarada impunidade desse esgoto moral deixa evidente para o povo que a condenação de Lula sem provas, é uma perseguição judicial para impedi-lo de disputar a presidência da República.

Se Lula concorrer, ganhará as eleições e jogará no lixo da história todas essas reformas, medidas antipopulares e retrocessos impostos pelos golpistas. A última pesquisa divulgada, da Vox Populi, mostra um Lula ganhando com 53% contra Bolsonaro ou Dória. Os outros candidatos da direita nem contam.

Lula da Silva

Em relação ao calendário eleitoral de 2018 o dilema dos golpistas é o seguinte: se Lula ficar, não terá eleições, aí será ditadura aberta. Se Lula sair, tem eleições, mas então será uma fraude eleitoral e não terá legitimidade nacional nem muito menos internacional.

A convergência da recessão, da crise moral, da mobilização popular e da divisão dos golpistas vai sinalizar para a necessidade de uma saída democrática com eleições diretas e sem veto, agora ou em 2018, cujo nome todas as pesquisas já apontam: Luís Inácio Lula da Silva.

Val Carvalho é articulista do Correio do Brasil.

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