Presidente de facto, Michel Temer (MDB) volta a se submeter aos incômodos exames na uretra; com risco de permanecer internado.
Por Redação - de São Paulo
O presidente Michel Temer embarcou no início da tarde desta quinta-feira para São Paulo. Ele se encaminhava para uma série de consultas com cardiologista e urologista no Hospital Sírio-Libanês; para acompanhar a evolução de seu quadro clínico. Temer passou por três intervenções cirúrgicas nos últimos dois meses. Segundo apurou a reportagem do Correio do Brasil junto à equipe médica, havia o risco de ele ser mantido sob internação, nas próximas horas.
— Trata-se de paciente idoso e com o organismo frágil, por conta das últimas intervenções cirúrgicas. Na clínica urológica, principalmente, os procedimentos são invasivos e incômodos ao paciente. Tudo depende de como ele reagirá — disse médica do Sírio-Libanês ao CdB, na condição de anonimato.
Despacho
Em outubro, o presidente fez um primeiro procedimento para desobstrução da uretra. No mês seguinte, passou por uma angioplastia em três artérias coronárias e implantou stents. Em dezembro, foi submetido a uma cirurgia para desobstruir a uretra. Durante o período de fim de ano, o emedebista desacelerou as atividades e se manteve em repouso, por ordens expressas dos médicos.
Temer, agora, tenta ser liberado para uma viagem a Davos, na Suíça. Quer participar do Fórum Econômico Mundial no fim do mês. Antes de viajar para São Paulo, nesta manhã, Temer recebeu no Palácio do Planalto a Advogada-Geral da União, Grace Mendonça. O chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen tambem reuniu-se com o superior.
Desconforto
Diante do quadro de saúde complicado e os baixos níveis de apoio popular, Michel Temer não esconde a frustração de passar para a História como um ser rejeitado por seus compatriotas. E sabe que muitos nao desejam que se recupere das doenças que o afligem. Em entrevista a uma jornalista da mídia conservadora paulistana, Temer reclamou das versões pessimistas sobre sua condição clínica.
— Passei por três cirurgias, tive infecção (na uretra) no fim do ano e nem pude passar quatro dias na praia, como gostaria, mas estou ótimo. Embora toda hora alguém queira me matar. Uns por vontade mesmo, outros por desinformação — reclama.
No campo político, apontou a "traição" de antigos aliados. Revelou, ainda, que sua intenção é aprovar o semipresidencialismo. Seria uma forma de impedir novos avanços sociais promovidos pela esquerda.
Pressões
Seu plano para o último ano de mandato é, além de aprovar a reforma da Previdência, será manter “as medidas que tomamos para recuperar o país”.
— Não só no Congresso, mas também por decisões administrativas — acrescenta.
Pretende, ainda, encerrar o “presidencialismo de coalizão”, que deixa os presidentes reféns de partidos e de pressões populistas. A forma, diz ele, será um projeto de “semipresidencialismo”. Mas “isso fica para adiante”, se tiver saúde para tanto.