A operação havia prendido quatro policiais legislativos, subordinados a Renan Calheiros, entre eles o diretor da Polícia do Senado, Pedro Carvalho. Todos sob a suspeita de obstruir as investigações da Lava Jato contra senadores e ex-senadores
Por Redação - de Brasília
Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator da Operação Lava Jato na Corte, Teori Zavascki suspendeu a Operação Métis. A ação da Polícia Federal (PF) resultou na prisão de agentes da Polícia Legislativa, na semana passada. Na decisão, Teori remete o processo da 10ª Vara Federal do DF para o STF.
A operação havia prendido quatro policiais legislativos, entre eles o diretor da Polícia do Senado, Pedro Carvalho. Todos sob a suspeita de obstruir as investigações da Lava Jato contra senadores e ex-senadores. Todos já foram liberados. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que entraria com recursos no STF contra a ação, considerada por ele ilegal por não ter tido aval da Suprema Corte.
O despacho do ministro foi feito sobre a reclamação apresentada pelo policial legislativo Antônio Tavares, um dos alvos da ação da PF. Tavares pediu ao Supremo, na terça-feira, a anulação da operação, sob argumento de que a Polícia Federal usou uma estratégia ilegal para investigar senadores sem o aval do STF. Teori determina ainda a libertação de todos os suspeitos que eventualmente permanecem presos. Os quatro detidos, porém, já haviam sido soltos.
Varreduras e escutas
Segundo nota da PF, a Operação Métis, deflagrada na última sexta-feira, objetiva desarticular uma suposta organização criminosa. Os envolvidos tentavam atrapalhar as investigações da Lava Jato.
A investigação teve início a partir de informações fornecidas à PF por um policial legislativo, o servidor Paulo Igor Bosco Silva. Ele concluiu um acordo de delação premiada, no STF.
Bosco Silva revelou a existência de varreduras contra escutas, feitas pela Polícia do Legislativo, para proteger senadores investigados. Aparelhos de detecção de grampos em poder da Polícia Legislativa teriam sido usados em seis imóveis ligados a dois senadores e dois ex-senadores. São ele Fernando Collor (PTC-AL), Lobão Filho (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e José Sarney (PMDB-MA).