Toninho e Daniel foram mortos por tiros de pistola 9mm

Arquivado em:
Publicado Segunda, 21 de Janeiro de 2002 às 21:21, por: CdB

A polícia civil de Campinas encaminhou nesta segunda-feira ao Instituto de Criminalística de São Paulo os dois projéteis encontrados no carro do prefeito Antonio da Costa Santos, assassinado com um tiro em 10 de setembro do ano passado. Toninho, como era conhecido o prefeito de Campinas, e Celso Daniel, de Santo André, foram mortos com tiros de pistola nove milímetros. No caso de Toninho, três tiros foram disparados, mas apenas um o atingiu. O delegado seccional de Campinas, Osmar Porcelli, que supervisiona o inquérito, disse nesta segunda que a principal diferença entre os dois casos é que o prefeito de Santo André foi executado, ao contrário de Toninho. O tiro que o acertou entrou pelo braço e cruzou seu tórax, saindo pelas costas. "Ele poderia não ter morrido, o que enfraquece a hipótese de execução", alegou o delegado. Porcelli disse que ainda não é possível estabelecer relação entre os dois crimes, mas afirmou que as informações do inquérito da polícia de Campinas estarão à disposição dos investigadores que atuam no caso de Celso Daniel, apesar de ainda não terem sido solicitadas. Além de serem prefeitos, petistas e terem sido assassinados com tiros de pistola nove milímetros, Toninho e Daniel tinham em comum o ofício de professores da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. O prefeito de Campinas dava aulas de arquitetura. O advogado criminalista Ralph Tórtima Stettinger, que representa a família de Toninho e a prefeitura, entendeu que nos dois casos os prefeitos foram fuzilados, ainda que em circunstâncias diferentes. Stettinger acompanhou as investigações da morte de Toninho e revelou que ainda é prematuro estabelecer conexões. Mas disse que o assassinato de Daniel reforça a possibilidade de o prefeito de Campinas ter sido vítima de crime político. "Se já não era fácil descartar essa vertente, agora mais do que nunca ela deve ser investigada", apontou o advogado. A prefeita de Campinas, Izalene Tiene (PT), também insistiu na tese de crime político contra Toninho e contra o PT. Em entrevista nesta segunda-feira de manhã, ela não descartou a possibilidade de os dois assassinatos terem sido praticados por membros de um grupo de extrema-direita, inclusive o que se intitula FARB, que assumiu a autoria da morte do prefeito de Campinas em cartas endereçadas a vários petistas.

Tags:
Edição digital

 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo