Publicado Quarta, 29 de Maio de 2019 às 09:24, por: CdB
Sem transporte de passageiros, escolas ou trabalho em repartições públicas e bancos, muitas ruas de Buenos Aires estavam vazias antes das manifestações.
Por Redação, com Reuters - de Buenos Aires
A Argentina ficou paralisada nesta quarta-feira em função de uma greve geral dos principais sindicatos do país contra as medidas de ajuste econômico do presidente de centro-direita Mauricio Macri em meio a uma crise que abala suas aspirações de ser reeleito em outubro.
Manifestantes seguram bandeiras durante greve em Buenos Aires, na Argentina
Sem transporte de passageiros, escolas ou trabalho em repartições públicas e bancos, muitas ruas de Buenos Aires estavam vazias antes das manifestações, que serão realizadas por alguns grupos que aderiram à medida de força convocada pela poderosa central sindical CGT.
Para garantir o sucesso da greve, vários piquetes de organizações sociais e partidos de esquerda bloqueavam o trânsito de veículos em alguns acessos à capital argentina.
Controlada pelo peronismo, atualmente na oposição, a CGT demanda que o governo imponha aumentos salariais que os equiparem à inflação alta, que chegou a cerca de 50% nos últimos 12 meses, e a redução de alguns impostos que afetam os trabalhadores.
As tarifas de serviços altas são outro alvo dos protestos, já que as fortes elevações registradas nos últimos anos, com as quais o governo tentou reduzir seu déficit, são uma das causas de a pobreza ter atingido 32% da população neste ano, segundo dados oficiais.
Macri almeja se manter na presidência na eleição de outubro, mas a queda nas pesquisas provocada pela crise econômica mostra que será difícil. A fórmula peronista de Alberto Fernández e da ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner lidera na maior parte das sondagens.
Os aeroportos
Os aeroportos não estavam operando nesta quarta-feira por causa da greve, e não havia exportação de grãos a partir dos portos da área de Rosario, uma das regiões agroindustriais mais importantes do mundo.
Os efeitos da paralisação também serão sentidos no esporte: a final da Recopa Sul-Americana, que deveria ser disputada pelo local River Plate e pelos brasileiros do Atlético Paranaense, foi adiada para quinta-feira.