Presidente norte-americano diz que transgêneros trariam gastos e transtornos e não serão aceitos em qualquer função militar. Decisão invalida política de Obama de não impôr barreiras ao recrutamento por identidade de gênero
Por Redação, com DW - de Washington:
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu nesta quarta-feira que transgêneros não poderão servir nas Forças Armadas norte-americanas.
Trump diz que tomou a decisão de não aceitar ou admitir que transgêneros "sirvam em nenhuma função" depois de consultar generais e especialistas militares.
– Nossas Forças Armadas precisam estar focadas em vitórias decisivas e extraordinárias. Não podem ser sobrecarregadas com tremendos gastos médicos e transtornos que transgêneros iriam implicar – escreveu Trump no Twitter.
A decisão invalida uma política anunciada pela gestão do ex-presidente norte-americano Barack Obama de que transgêneros poderiam servir nas Forças Armadas dos EUA abertamente e não seriam dispensados do serviço em razão da identidade de gênero.
O anúncio tinha sido feito pelo então secretário norte-americano da Defesa, Ash Carter, em junho de 2016. Na ocasião, Carter disse que nas forças armadas norte-americanas deveriam recrutar o melhor pessoal disponível sem "barreiras não relacionadas à qualificação pessoal".
O governo de Obama tinha fixado o dia 1º de julho de 2017 como data para o início de recrutamento de transgêneros para as tropas. Em 30 de junho, no entanto, um dia antes do prazo, o Pentágono anunciou um adiamento de seis meses, até 1º janeiro de 2018. Para incorporar transgêneros nas forças armadas norte-americanas.
Durante esse período, o Pentágono anunciou que os planos de adesão dos transgêneros. O possível impacto no preparo e no "poder letal" das Forças Armadas com esse recrutamento seriam revistos.
Forças Armadas
O adiamento não afetava os transgêneros que já estavam servindo nas Forças Armadas. Mas com a decisão anunciada por Trump, eles têm um futuro incerto. Trump não deu detalhes sobre a decisão anunciada nesta quarta-feira.
Durante a campanha eleitoral em 2016, Trump se dizia "amigo" da comunidade LGBT. Em janeiro, dias depois de chegar à Casa Branca. O presidente prometeu dar continuidade a uma ordem executiva de Obama que proíbe empresas que tenham contratos com o governo federal de discriminar funcionários LGBT.