Rio de Janeiro, 08 de Dezembro de 2024

"Ali Químico" é responsabilizado por outro massacre

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Quinta, 17 de Fevereiro de 2005 às 08:30, por: CdB

Ali Hassan al-Majid, o temido primo do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, ordenou também o assassinato de xiitas, além do que era sabido sobre os curdos, afirmou um relatório divulgado nesta quinta-feira. Ele deverá ser uma das primeiras autoridades do regime de Saddam a enfrentar um julgamento por crimes de guerra no Iraque.

Segundo o grupo Human Rights Watch, o homem conhecido como "Ali Químico" por lançar gases venenosos contra os curdos em 1988, ordenou a execução de centenas de xiitas em Basra durante um levante de 1999. O levante aconteceu depois do assassinato do aiatolá Mohammed Sadiq al-Sadr.

Saddam foi responsabilizado pela morte do influente clérigo xiita e de dois de seus filhos. O terceiro filho de Sadr é Moqtada al-Sadr, o jovem clérigo rebelde que liderou um levante contra as forças norte-americanas no ano passado.

O Human Rights Watch disse ter um documento e testemunhos responsabilizando Majid pela execução de ao menos 120 homens e garotos supostamente envolvidos no levante, em que morreram 40 autoridades do Partido Baath.

- Nossas pesquisas sugerem que as forças de segurança do Iraque e membros do Partido Baath, sob o comando e a supervisão de Ali Hassan al-Majid, realizaram execuções extrajudiciais, prisões arbitrárias, tortura e punições coletivas - afirmou o relatório.

As autoridades iraquianas esperam que Majid esteja entre os primeiros dos 11 subordinados de Saddam a ir a julgamento por diversos crimes, entre os quais crimes contra a humanidade e genocídio.

Advogados advertiram que pode ser difícil provar a culpa desses homens por crimes ocorridos há tantos anos. Mas os documentos reunidos pelo Human Rights Watch são recentes e podem servir em um tribunal.

Os investigadores do grupo visitaram Basra em abril e maio de 2003, quando obtiveram um documento de quatro páginas escrito a mão e entregue por clérigos xiitas. O documento estava em um prédio do governo saqueado após a entrada de soldados britânicos na cidade, em abril de 2003.

O documento é uma lista com o nome de vítimas dos massacres ocorridos então. Dela constam 120 nomes de homens e garotos com idades entre 16 e 36 anos, seus endereços em Basra, a data em que foram executados e as equipes responsáveis pelos assassinatos. Segundo afirma o documento, a ordem de execução foi dada pelo "comandante do setor sul", que era à época Majid.

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