Rio de Janeiro, 08 de Dezembro de 2024

Arábia Saudita se revolta com explosão de carros-bomba

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Sexta, 23 de Abril de 2004 às 01:01, por: CdB

O principal líder religioso saudita disse na quinta-feira que as pessoas por trás dos atentados suicidas com carros-bomba em Riad vão 'queimar no inferno' por matar muçulmanos inocentes no ataque, que foi reivindicado por um grupo ligado à Al Qaeda.

As Brigadas Al Haramain disseram ter sido responsáveis pelo atentado de quarta-feira, que destruiu o quartel-general das forças de segurança. O grupo prometeu cometer mais ataques contra alvos governamentais.

A agência estatal de notícias saudita disse que um agente de segurança morreu na quinta-feira, elevando para cinco o número oficial de mortos, com 150 feridos. Testemunhas e médicos disseram que o saldo de mortos chega a dez. Diplomatas na capital saudita disseram que também receberam números contraditórios sobre as vítimas.

Ainda na quinta-feira, forças de segurança entraram em confronto com suspeitos na cidade de Jeddah, no litoral do mar Vermelho. Moradores disseram ter ouvido tiros, e a polícia isolou uma rua onde alguns homens procurados teriam se escondido, de acordo com um oficial no local.

- Deus prometeu ira, danação, tortura dolorosa e a queima no inferno pela eternidade para aquele que deliberadamente mata um muçulmano. Matar injustamente um muçulmano é o mais grave dos crimes - disse o grão-múfti xeque Abdulaziz bin Abdullah Al Sheikh, principal autoridade religiosa do reino.

- Digo a todos os muçulmanos que este ato é um pecado, é um dos maiores pecados - disse ele em nota.

- Ajuda, propor ou facilitar o homicídio de um muçulmano equivale a se envolver na morte, e todos aqueles que o fazem serão jogados por Deus nas chamas do inferno, pois tão cara é a santidade do sangue muçulmano - falou.

A Arábia Saudita, importante aliada dos EUA e berço do Islã, vive um duro conflito com militantes ligados à Al Qaeda, que promete combater os norte-americanos e os 'ímpios' governantes sauditas.

A violência de quarta-feira, com o primeiro grande ataque contra um símbolo do governo e o terceiro neste ano na capital, chocou os sauditas e provocou ampla condenação. No último ano, atentados suicidas contra condomínios habitados por estrangeiros mataram 50 pessoas em Riad. O atentado mais recente aconteceu dias depois de os EUA alertarem que o reino estava sob ameaça.

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