Regionalismo e brasilidade. As três novas exposições inauguradas neste final de semana no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM) trazem essas características estampadas em quadros purpurinados, imagens de santas e pinturas brasileiras da década de 30. A mostra individual de Wilson Piran, Estrelas, reúne 22 quadros clássicos de pintores como Picasso, Matisse, Kandinsky, Andy Warhol e Tarsila do Amaral transformados pelo artista. Wilson usa purpurina, o que dá origem ao nome das obras: estrela. Segundo o curador do MAM, Fernando Cocchiarale, o artista faz uma crítica à substituição, na arte, do poder do ilusionismo pela lógica do espetáculo. - A força desses trabalhos nasce da substituição do fetiche da obra única, desejado pelo público, pela ênfase na perenidade evocativa das imagens - disse Cocchiarale. Wilson Priran defende que sua arte necessita e depende completamente do público, tendo daí surgido "os brilhos que causam prazer sem temores". Já a exposição de Caetano Dias, Sobre a virgem, tem um objetivo diferente. O artista reproduz várias imagens da Santa Bárbara. Cada uma tem uma expressão facial diferente. Caetano também trabalha com luzes e caixas de som que tocam depoimentos de prostitutas e internas de colônias psiquiátricas ao mesmo tempo. - À luz de suas santas, pode-se vislumbrar o mundo real e cotidiano das dores, dos sonhos e da loucura - disse o diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia, Heitor Dias. A terceira exposição é a mais aguardada. Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao Pós-Guerra traz trabalhos de Cândido Portinari, Cícero Dias, Lígia Clark, Lasar Segall, Guignard, Volpi, entre outros. Nas obras, podemos ver traços da cultura brasileira, das pinturas surrealista, impressionista e cubista. - É possível observar dois eixos na produção da época: o dos gêneros da arte pré-moderna (arte decorativa, o retrato, a paisagem natural e urbana, a natureza morta e o realismo social) e o da síntese formal, típico da arte moderna - afirmou Cocchiarale. A exposição comemora o centenário de Portinari, com suas belas paisagens críticas do país. É por essa e por outras que vale fazer uma visita. O MAM fica na Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo. Funciona de terça a sexta, do meio-dia às 18h, sábados, domingos e feriados, do meio-dia às 19h. Os ingressos custam R$ 5,00.
Artistas brasileiros em evidência no MAM
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Segunda, 16 de Junho de 2003 às 14:39, por: CdB