Os países da América Latina e do Caribe saíram de um período de estagnação econômica de três anos, impulsionados por um recente aumento nos preços do petróleo e de commodities, avaliou o Banco Mundial em um relatório divulgado nesta terça-feira.
A instituição com sede em Washington previu que as economias latino-americanas e caribenhas devem crescer 4,7 por cento em 2004, desacelerando para 3,7 por cento em 2005 e 2006.
- A maioria dos países da região teve um ano sólido e o crescimento teve uma forte aceleração em várias das maiores economias - relatou o banco em seu relatório "Global Economic Prospects". O relatório aponta maior força nos países exportadores de petróleo, como Colômbia, Equador, México e Venezuela.
Altos preços das commodities também ajudaram os países exportadores agrícolas, como a Argentina, Bolívia, Equador e Paraguai, disse o banco, bem como os de metais, como Chile, Jamaica e Peru.
No entanto, vários países caribenhos tiveram sérias perdas com uma série de furacões no fim do verão, o que retardou seus objetivos de desenvolvimento.
- Pode levar muitos trimestres até essas nações começarem a crescer novamente - avaliou o Banco Mundial.
No ano que vem, a instituição prevê um esfriamento da economia regional, acompanhando a projeção de desaceleração do crescimento global e moderação dos preços do petróleo e de outras commodities.
As crescentes taxas de juros em todo o mundo também devem restringir a expansão dos investimentos, disse o banco, ao avaliar que muitos países latino-americanos refinanciaram suas dívidas e se tornaram menos vulneráveis aos choques.
O Banco Mundial disse que a contínua incerteza sobre a dívida em moratória da Argentina "provavelmente limitaria o acesso do país a financiamentos externos."
A instituição não fez previsões sobre quando e como a questão da dívida será resolvida.
No geral, o banco sugeriu aos governos da América Latina que controlem os seus gastos e implementem sistemas tributários mais eficientes o mais rápido possível, enquanto as condições econômicas permanecem positivas.
- Um fracasso provavelmente forçaria os governos a uma vez mais cortarem seus gastos durante o próximo declínio econômico, exacerbando, em vez de atenuando, o ciclo - disse o banco.