Durante seu discurso anual, sobre o Estado da União, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush falou de previdência, democracia e da sua política externa. Ele foi claro também no seu recado à Síria e ao Irã. E isso não tem a ver com parar de produzir armas de destruição em massa ou apoiar o terrorismo, e sim ao regime desses países. Com o tom do discurso, Bush sinalizou que, nesses próximos quatro anos, tentará alguma ação contra os dois regimes.
Aliás, os preparadores do discurso foram bem teatrais esse ano, levaram duas senhoras, uma afegã e outra iraquiana, ainda maquiadas como ocidentais para agradecer ao presidente por terem conseguido votar e por estarem livres do Talibã e de Saddam Hussein.
Isso soa mais ou menos com índios na corte portuguesa do séc. XVI, para justificar o que estava sendo feito pelos europeus em terras sul-americanas. Bush falou ainda sobre a questão da imigração. Disse que haverá mudanças para que os estrangeiros entrem e façam o trabalho que os norte-americanos não querem fazer.
Ele usou boa parte do discurso para defender os seus planos de reforma de seguridade social, alegando que é a única forma de o sistema não ir à falência.
No entanto, ele não mencionou que atualmente o grande déficit orçamentário não é o da Previdência e sim o dos gastos militares, que já chega a US$ 400 milhões. Quando Bush assumiu o governo, ele herdou de Clinton uma previdência superáficitária, com lucros e que conseguia receber mais do que pagava. Então ele usou o superávit que havia em caixa para os gastos militares e não repôs o dinheiro.
O resultado é que agora a previsão para a quebra da Previdência, se as reformas que ele desejar forem feitas, é tida como certa e nos moldes do que aconteceu com a Enrol, a gigante de energia que deixou todos os seus funcionários à deriva após ter fechado as portas por falência.
O corte dos impostos dos mais ricos do país, que Bush promoveu a cerda de dois anos também é um dos motivos que explicam uma menor arrecadação do Governo. O consumo interno norte-americano representa cerca de 2/3 da economia gerada dentro dos EUA, o quê resulta numa falta de equilíbrio entre o que se gasta e o que se produz no país.
Parece que Bush não anda muito pelo seu próprio país. Com o desemprego gerado durante o seu governo, já não há muito essa distinção dentro do mercado de subempregos dos EUA. Há muito cidadão yankee lavando prato, servindo mesas e limpando chão. Mas há uma razão para ele ter "boas intenções" com quem quer ir tentar a vida na terra do Tio Sam.
Abrindo as portas do país para esse tipo de serviço, ele acabaria com os sindicatos dos trabalhadores dessas áreas, que no final das contas, são seus grandes rivais, porque são todos democratas e têm um peso enorme nas eleições.
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