"O Alckmin acrescenta ao Lula a capacidade de representar uma causa moderada, generosa e que procura a união. No contexto de desunião que o país vive, quanto mais forte for a representação da união, mais capacidade você tem de vencer. Gestos valem mais que palavra", pontua o publicitário Renato Pereira.
Por Redação - de São Paulo
Para o publicitário Renato Pereira, contratado para liderar a área de Comunicação Social da campanha de Marcelo Freixo, do PSB, ao governo do Estado do Rio de Janeiro, em 2022, a aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) é a nova "Carta ao Povo Brasileiro”. Ele se refere ao compromisso público de Lula com o mercado financeiro, formulado ainda em 2002, prestes a vencer as eleições para o primeiro mandato.
Segundo Pereira, o arranjo eleitoral tende a levar à vitória da disputa presidencial ainda no primeiro turno, uma vez que a aliança dos rivais históricos simbolizaria "generosidade e união".
— O Alckmin acrescenta ao Lula a capacidade de representar uma causa moderada, generosa e que procura a união. No contexto de desunião que o país vive, quanto mais forte for a representação da união, mais capacidade você tem de vencer. Gestos valem mais que palavra. O Alckmin é a ‘Carta ao Povo Brasileiro’ de 2022 — afirmou o marqueteiro ao diário conservador paulistano Folha de S. Paulo (FSP), nesta quinta-feira.
Boas chances
Para Renato Pereira, ”se a aliança se efetivar, do ponto de vista eleitoral, ela pode significar uma vitória no primeiro turno”.
— Certamente significa um fortalecimento da posição do Lula como um candidato mais ao centro já na própria eleição. O Alckmin tem um valor que não é da matemática eleitoral. A pergunta não é quantos votos ele soma ao Lula, mas sim o quanto permite ao Lula dialogar com setores mais amplos do eleitorado brasileiro e ter mais votos. A aliança com um adversário tem um sentido de generosidade, de aproximação entre contrários e união. Isso acontece num contexto em que o atual presidente representa disrupção, uma retórica mais truculenta — acrescentou.
Renato Pereira também vê boas chances na eleição para o governo estadual do Rio de Janeiro.
— Freixo sempre teve uma força eleitoral expressiva e política, relevante. A ida para o PSB buscou maior densidade eleitoral. A marca do Freixo sempre foi a luta contra o crime miliciano — concluiu.