Quase dez anos depois, a Justiça do Pará inicia nesta sexta-feira o terceiro julgamento sobre o episódio que ficou conhecido como massacre de Eldorado do Carajás, em 1996, que resultou na morte de 19 trabalhadores rurais sem-terra. Advogados do Movimento dos Sem Terra (MST) e o Ministério Público querem que os 145 policiais que participaram da ação sejam condenados.
Nos dois julgamentos anteriores, apenas os comandantes da operação, o coronel Mário Colares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira, foram condenados. Eles receberam penas de 228 e 158 anos, respectivamente, mas estão em liberdade, esperando o julgamento de recursos, informa a Folha de S. Paulo. O julgamento de hoje foi motivado por recursos de ambas as partes.
Em 17 de abril de 1996, o então governador Almir Gabriel (PSDB) ordenou que dois batalhões da PM realizassem uma ação para desobstruir trecho da rodovia PA-150, bloqueada por integrantes do MST, que marchariam até Belém. O confronto resultou na morte de 19 sem-terra. Exames mostraram que eles haviam sido mortos com tiros à queima-roupa ou com golpes de machado e facão.