Rio de Janeiro, 17 de Fevereiro de 2025

Controle da Companhia Vale do Rio Doce volta a ser 100% nacional

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Sexta, 07 de Março de 2003 às 16:33, por: CdB

O controle da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) voltou a ser 100% nacional a partir desta sexta-feira. A Previ e a Bradespar pagaram aproximadamente R$ 2 bilhões pela participação de 10,1% que os sócios estrangeiros detinham na Valepar, holding que controla a mineradora brasileira. O fundo de pensão informou que desembolsou R$ 1,1 bilhões e a Bradespar os R$ 835 milhões restantes. Os recursos foram depositados num banco no exterior na conta do consórcio Sweet River, que reúne as ações dos estrangeiros e tem sede nas Ilhas Cayman. A anglo-australiana BHP Billiton, o Bank of America, a Lehman Brothers e a Goldman Sachs ganharam o direito de vender sua parte à Previ e a Bradespar durante o processo de descruzamento das participações acionárias entre a Vale do Rio Doce e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O fundo de pensão informou hoje que, após a operação, passará a ter 15,75% do capital total da mineradora. A Previ elevou para 58,07% sua participação na holding Valepar. Desse total, apenas 49% ficarão em ações ordinárias, o restante será convertido em ações preferenciais (sem direito a voto). Isso porque, de acordo com o estatuto social da companhia, nenhum sócio pode deter mais de 49% das ações ordinárias da holding. O representante da Bradespar na mineradora, Renato Gomes, explicou que a participação da companhia aumentou de 25,82% para 30,07% após a liquidação financeira da compra das ações da "Sweet River". Com a venda, a Previ e a Bradespar ampliam o controle na mineradora. Mas a operação também significa o passaporte de volta da anglo-australiana BHP-Billinton e do Bank of America, que apostaram pesado no Brasil. A companhia anglo-australiana fez a melhor proposta pela compra da Caemi, em 2001, mas perdeu para a própria Vale, que se juntou à Mitsui, que tinha direito de preferência no negócio. O Bank of America apostou no mercado de bancos de atacado no Brasil, mas agora desmobiliza os ativos e deve manter apenas um escritório com 40 pessoas - chegou a ter 400 funcionários -, para atender os clientes estrangeiros com negócios no Brasil. Mitsui Fechada a compra da ações dos estrangeiros na Vale, os controladores da empresa devem voltar a estudar a entrada de um sócio estratégico na companhia. Fonte ligada à negociação revela que até abril está concluída as negociações para que a Japonesa Mitsui faça parte do grupo de controle da mineradora brasileira. Entretanto, os controladores não estão dispostos a dar poder de veto ao novo parceiro. Mesmo assim, segundo a fonte, a Mitsui estaria muito interessada em participar da Vale. Porém, comenta-se que os controladores da mineradora não estariam mais tão alinhados na decisão de encontrar um novo sócio. Com a recente mudança em sua direção, a Previ deverá rediscutir esta questão com a Bradespar, que já informou várias vezes seu interesse em reduzir sua participação no investimento.

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