O presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, divulgou nota nesta segunda-feira em que afirma que o governo norte-coreano deu indícios de estar mais disposto a colaborar com os esforços pela resolução da crise com o país. "O governo considera isso (a mudança de estratégia norte-coreana) uma indicação de que a Coréia do Norte está disposta a aceitar negociações multilaterais", diz o comunicado do governo. O comentário se refere à afirmação de um porta-voz do Ministério das Relações da Coréia do Norte de que o país não iria "se prender a nenhum formato específico de diálogo", desde que os Estados Unidos estejam dipostos a fazer uma "mudança corajosa" em sua política para a Coréia do Norte. No domingo, o presidente americano, George W. Bush, também reagiu de maneira positiva à declaração - divulgada pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA - dizendo que "vê progresso acontecendo". Mudança O governo de Pyongyang está, desde o ano passado, no centro de um impasse sobre o seu programa nuclear, sob acusações dos Estados Unidos de estar desenvolvendo armas atômicas. Até a declaração de sábado, a Coréia do Norte - que foi classificada pelos Estados Unidos como integrante do "eixo do mal", ao lado do Irã e do Iraque - insistia que só estaria disposta a participar de negociações diretas com Washington para resolver a crise. Um dos responsáveis pela segurança nacional na Coréia do Sul, Ra Jong-yil, afirmou acreditar que a guerra no Iraque tenha tido influência na mudança na política de Pyongyang. "O abrandamento da posição norte-coreana parece ter acontecido principalmente porque o país não está em uma posição avantajada no cenário internacional", disse Jong-yil. Outros integrantes do governo disseram acreditar que as pressões da China e da Rússia foram importantes. Funcionários do governo sul-coreano querem agora redobrar os esforços pela participação da Coréia do Norte em negociações multilaterais. Plano de ação De acordo com a agência de notícias Yonhap, de Seul, integrantes do governo já entregaram aos Estados Unidos o rascunho de um plano de ação para as negociações, em que pedem o congelamento do programa nuclear de Pyongyang e detalham um possível plano de auxílio ao país. Em mais um esforço para resolver a crise, o ministro das Relações Exteriores da Coréia do Sul, Yoon Young-kwan, participou de uma reunião com o embaixador americano no país, Thomas Hubbard. No entanto, segundo a correspondente da BBC em Seul, Caroline Gluck, mesmo que as negociações multilaterais comecem em breve, há poucas esperanças de uma solução rápida. Editoriais de jornais da Coréia do Sul também pediram cautela. "É apressado esperar que as negociações com a Coréia do Norte possam trazer grandes avanços na resolução das questões nucleares", afirmou o diário Chosun Ilbo, referindo-se ao "histórico de imprevisibilidade do país".
Coréia do Sul apóia posição da norte-coreana
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Segunda, 14 de Abril de 2003 às 06:02, por: CdB