O proprietário do laboratório Enila, Márcio D'Icarahy, deve prestar depoimento na próxima segunda-feira ao titular da Delegacia de Repressão ao Crime Contra a Saúde Pública do Rio, Renato Nunes da Silva. O contraste Celobar, utilizado para destacar órgãos em exames de raio-X e fabricado pelo laboratório, é suspeito de ter causado ao menos 21 mortes no país. Análise preliminar do Instituto de Controle de Qualidade em Saúde, da Fiocruz, detectou a presença de "grande quantidade" de substâncias químicas tóxicas no lote nº 3040068 do medicamento. Uma das substâncias, o carbonato de bário, é utilizada em venenos para rato. O Centro de Vigilância Sanitária do Rio realizou inspeções no laboratório Enila. Segundo o governo do Estado, a mais grave das irregularidades encontradas foi a constatação de que o laboratório usou 600 quilos de carbonato de bário, facilmente absorvido pelo organismo, para produzir 595 quilos de sulfato de bário, o princípio ativo do Celobar. O laboratório não tem autorização da Anvisa, licença estadual ou condições técnicas necessárias para fazer a modificação. Procedimentos O químico Antônio Pereira, do laboratório Enila, fabricante do contraste Celobar, vai refazer os procedimentos usados em sua experiência de transformar carbonato de bário em sulfato de bário. A informação é do advogado do laboratório, Paulo Henrique Lins. Lins disse que o laboratório ainda não recebeu o laudo da Fiocruz que aponta a presença de "grande quantidade" de substâncias tóxicas no medicamento. Segundo Lins, Pereira disse que a matéria-prima resultante da experiência foi descartada.
Dono do laboratório fabricante do Celobar deve depor
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Domingo, 08 de Junho de 2003 às 18:41, por: CdB