A deterioração das relações entre o PPS e o ministro Ciro Gomes (Integração Nacional) ganhou novo capítulo nesta quarta-feira. O presidente nacional da sigla, deputado Roberto Freire (PE), dissolveu o diretório e a executiva do partido no Ceará.
O presidente do PPS no Estado era o ex-prefeito de Sobral, Cid Gomes, irmão do ministro. "Nós estamos eliminando o Ciro Gomes aos poucos", afirmou uma fonte do PPS, que pediu para não ser identificada.
O ministro não tomou conhecimento da decisão do partido, segundo sua assessoria de imprensa. Ciro vem negociando com o PSB há mais de um mês e o processo de filiação estaria bastante avançado.
"Com a dissolução, apenas a direção nacional pode, neste momento, falar em nome do partido no Estado", afirmou o PPS em nota divulgada à imprensa.
A argumentação usada é o descumprimento das "metas de organização e recadastramento. De um total de 35.538 filiados no Estado, apenas 117 foram recadastrados".
De acordo com o comunicado, o secretário-geral do partido, Rubens Bueno, iniciou as negociações para reorganizar o PPS no Ceará.
Desde o começo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freire e Ciro travam uma forte batalha nos bastidores pelo controle do partido.
Em dezembro do ano passado, as relações azedaram de vez quando o diretório nacional, mesmo boicotado pelos correligionários do ministro, aprovou a saída e a entrega dos cargos no governo federal.
No início de fevereiro, Ciro e os demais membros do partido que permaneceram com cargos no governo foram desligados de suas atividades partidárias no PPS. O ministro era vice-presidente da legenda.