Começou nesta terça-feira, às 5h45m (8h45m em Brasília), uma das eleições mais disputadas na História dos EUA. O Estado de Massachusetts foi o primeiro a abrir as sessões eleitorais. Quinze minutos depois, a votação começou no restante da Costa Leste do país. As urnas foram abertas no Maine, Nova York, Vermont, Virgínia, New Hampshire, Connecticut e Nova Jersey. Ao mesmo tempo, dois Estados mais centrais, Indiana e Kentucky, também começaram a votação.
As sessões eleitorais ficam abertas até por volta das 21h. Os horários de fechamento variam em função de regras locais e fuso horário. A expectativa é de que as urnas fechem entre as 21h (de Brasília), quando termina a votação na Costa Leste, e as 4h (de Brasília), quando o Alasca encerra o pleito.
Analistas estimam que, depois da mais dispendiosa campanha já empreendida nos EUA para estimular o eleitor a ir às urnas, 121 milhões de pessoas das 156 milhões aptas a votar devem participar do pleito. Se o número se confirmar, será um recorde - hoje detido pela votação de quatro anos atrás, que elegeu George W. Bush: 106 milhões de participantes. Cinco milhões de pessoas já votaram, nos Estados em que foi permitido votar antecipadamente.
Para presidente, os EUA votam polarizados como nunca, com George W. Bush e o desafiante democrata John Kerry atados ao empate técnico até as últimas pesquisas de intenção de voto.
Os americanos também vão renovar a Câmara dos Representantes e um terço do Senado, além de votar em uma série de plebiscitos e proposições regionais.
Os números da votação
A escolha do presidente norte-americano acontece a cada quatro anos e todo cidadão nato, com mais de 35 anos, pode concorrer ao cargo. Embora cerca de 150 milhões de pessoas estejam aptas a votar, o voto não é obrigatório. O presidente e o vice-presidente dos EUA são escolhidos indiretamente pelos eleitores, por um Colégio Eleitoral.
Cada Estado dos EUA tem um número de delegados no Colégio Eleitoral definidos de acordo com a sua população. Os eleitores de cada Estado votam numa lista de delegados comprometidos com uma das chapas de candidatos a presidente e vice-presidente. Esses delegados, em número proporcional à população de cada Estado, formam o Colégio Eleitoral.
Estados como a Califórnia, Nova York e Texas, que são muito populosos, contam com um grande número de representantes no Colégio Eleitoral. Os delegados podem votar com sua convicção, mas tradicionalmente optam por seguir a votação dos eleitores em cada Estado. À exceção dos Estados de Maine e Nebraska, o candidato que receber mais votos populares em um Estado recebe os votos de todos os respectivos delegados. Os outros candidatos ficam sem nenhum voto. Em Maine e Nebraska, os votos são divididos de acordo com a proporção obtida por cada candidato nesses Estados.
No total, são 538 delegados. O candidato que conseguir 270 votos no colégio é eleito presidente.
Caso dois candidatos obtenham 269 votos cada um, o desempate será na Câmara dos Deputados. O novo presidente seria escolhido então entre os três candidatos mais votados na eleição. Nesse caso, o vice-presidente seria escolhido pelo Senado entre os dois mais votados.
Durante a contagem dos votos, o Colégio Eleitoral não chega a se reunir. Os votos dos delegados são enviados ao Senado. Em sessão conjunta do Senado e da Câmara, o presidente do Senado [cargo ocupado pelo vice-presidente] conta os votos e divulga o resultado.
Delegados
Acontecem em todos os Estados do país. São eleições locais que definem os delegados que participarão das convenções dos partidos. São estes delegados que irão escolher o candidato de cada partido à Presidência.
Os diretórios estaduais têm liberdade para definir as regras e, em boa parte dos Estados, somente os eleitores registrados nos partidos podem votar.
As primárias elegem delegados estaduais que, por sua vez,