O ex-presidente peruano Alberto Fujimori reiterou neste sábado, através de uma mensagem gravada no Japão e difundida em uma reunião de seus partidários, em função da celebração de 11 anos do "autogolpe", sua promessa de voltar ao Peru em 2006. Fujimori afirmou aos seus partidários, reunidos no departamento de Ayacucho, que, em 2006, espera não encontrar o país da mesma forma que estava em 1990, quando ele assumiu a presidência depois do fracasso econômico do governo de Alan García (1985-1990). Em outras ocasiões, o ex-chefe de Estado assegurou que voltará à presidência do Peru, mas só depois do fim da perseguição política que sofre. Cerca de mil partidários do ex-presidente se reuniram em um auditório de Ayacucho para ouvir Fujimori, mas foram vaiados por grupos de opositores na saída do evento, informou um correspondente da emissora Rádio Programas do Peru. Depois do golpe contra o Congresso, o Poder Judicial e as principais instituições autônomas do país, Fujimori iniciou uma série de controvertidas reformas e modificou a Constituição Política. Uma subcomissão parlamentar, que investigou as consequências do "autogolpe" de 1992, entregou na última sexta-feira (4) seu relatório final, que indica que Fujimori, seu gabinete ministerial e o economista Hernando de Soto devem ser julgados pela participação na interrupção constitucional, e pela prisão de líderes políticos dessa época. No entanto, Hernando del Soto respondeu neste sábado, em declarações à imprensa, que no dia 5 de abril de 1992 ele estava fora do Peru, e que só foi chamado por Fujimori dias depois, para obter respaldo internacional. O economista, autor do livro "O outro atalho", escreveu o discurso que Fujimori leu na assembléia geral da Organização de Estados Americanos (OEA) para justificar a dissolução do Parlamento peruano. O ex-governante peruano vive no Japão desde o final de 2000, quando abandonou a presidência fugindo do escândalo de corrupção liderado por seu assessor de inteligência Vladimiro Montesinos. A justiça peruana emitiu uma ordem de extradição por sua responsabilidade no assassinato de 25 pessoas, em dois famosos massacres atribuídos ao grupo paramilitar Colina. No entanto, Fujimori está amparado por também possuir nacionalidade japonesa, o que também o protegeria de uma repatriação, caso as autoridades nipônicas tomem essa decisão.
Ex-presidente peruano promete a seus partidários que voltará em 2006
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Sábado, 05 de Abril de 2003 às 17:16, por: CdB