Pela primeira vez, um representante do governo federal irá fazer parte do conselho da Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul, empresa brasileira que organiza a Bienal Mercosul. José do Nascimento Júnior é diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e foi indicado pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil. "O Mercosul é uma questão estratégica para o Brasil. Agora, os objetivos da Bienal estarão mais próximos dos objetivos do ministério e vamos poder potencializar políticas", afirma José Nascimento.
O diretor já havia trabalhado em edições passadas da Bienal e agora "poderá participar de decisões estratégicas e ajudar no diálogo com representantes de outros países", explica o presidente da Fundação, Elvaristo Teixeira do Amaral.
O novo membro afirma que o Brasil vem ajudando a consolidar e acelerar um "projeto difícil que é a questão cultural no Mercosul", aponta. As dificuldades, segundo José do Nascimento, estão em fazer com que "a gestão dos países esteja focada para esse trabalho articulado". Para ele, a Bienal tem a importância de "utilizar o Brasil para estimular outros povos", ressalta.
Os trabalhos para a 5ª edição da Bienal do Mercosul - que será realizada de 16 de setembro a 20 de novembro de 2005 - já começaram com a escolha do curador Paulo Sergio Duarte. Cada país elege um curador e apresenta propostas de trabalho ao brasileiro, que tem a função de organizar o trabalho. A Bienal é toda organizada pela empresa brasileira e, apesar do nome, países latinos americanos que não fazem parte do Mercosul, também participam das mostras.
A primeira edição da Bienal, em 1997, reuniu sete países e teve 285 mil visitantes. Em 2003, foram 13 países e mais de um milhão de visitantes, somando R$ 8 milhões em investimentos. Todas as edições reuniram 527 artistas de dezessete países. O Brasil, por meio da Bienal, tem o "papel de aproximar os povos da América Latina e buscar a identidade da América latina", afirma Elvaristo Teixeira.
A Bienal é sempre realizada em Porto Alegre. Mostras itinerantes levam os trabalhos para São Paulo e Rio de Janeiro. A idéia da Fundação é, no próximo ano, levar as exposições a outros estados. "Isso projeta o Brasil no campo das artes, como grande pólo cultural", ressalta o presidente da Fundação.
O tema do ano passado foi "A arte não responde. Pergunta". O slogan de 2005 ainda não está definido, mas o tema irá abordar as experiências contemporâneas de espaço materializadas em obras de arte. "Pretendo organizar uma mostra que não obedeça a fronteiras políticas e geográficas, em que os limites da Bienal sejam as questões de linguagem das obras", disse Paulo Sergio, no momento da sua escolha como curador.
Fundação de Artes Visuais do Mercosul terá conselheiro brasileiro
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Quinta, 05 de Agosto de 2004 às 13:23, por: CdB