A Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood, que todo ano entrega o Globo de Ouro, deixou de fora da categoria de melhor filme as produções mais polêmicas do ano.
São elas o documentário Fahrenheit 11 de setembro, de Michael Moore, e o filme A paixão de Cristo, dirigido por Mel Gibson.
No caso da obra de Moore, o motivo é que a associação não conta com uma categoria para julgar documentários de longa metragem.
Já A paixão de Cristo foi excluído por ser falado em latim e aramaico, não em inglês, o que elimina sua presença na categoria de melhor filme.
A obra de Gibson, que levantou polêmica por sua visão conservadora da religião, além da brutalidade de suas imagens, poderá concorrer nas categorias de melhor diretor e melhor roteiro.
O filme também pode competir na categoria de melhor filme em língua estrangeira, embora se trate de uma produção americana.
Ambos os filmes se tornaram os mais polêmicos do ano, além de se situarem entre as maiores bilheteiras.
O Globo de Ouro é considerado uma prévia do Oscar, pois costuma influenciar a opinião dos membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Embora a Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood tenha considerado a possível entrega de um prêmio especial a Moore por seu trabalho em favor dos documentários de longa metragem, a moção foi rechaçada para evitar que a decisão fosse vista como favorecimento de um cineasta sobre outros documentaristas.
Espera-se que ambos os filmes sejam indiciados ao Oscar de melhor filme do ano.
A paixão de Cristo não pode concorrer ao Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro, já que segundo a Academia não representa nenhum país de fala não-inglesa.
No caso de Fahrenheit 11 de setembro, Moore não apresentou seu filme à categoria de melhor documentário em longa metragem para centrar sua campanha em uma possível candidatura ao Oscar de melhor filme.