O Japão, cuja população está encolhendo devido à baixa natalidade da população, espera que a geração nascida no "baby boom" da década de 1970 reverta esse quadro. Em documento divulgado nesta sexta-feira, o governo diz que o período até 2010 será um divisor de águas para o Japão. Há quase uma década, o país discute o que fazer com a falta de bebês.
Os políticos, que inicialmente entraram timidamente na discussão, por não quererem repetir as campanhas nacionalistas de incentivo à natalidade da época da Segunda Guerra Mundial, agora se manifestam mais abertamente a respeito de possíveis soluções.
Mas, até agora, nenhuma iniciativa surtiu efeito. A taxa de fertilidade no país caiu para 1,29 filho por mulher em 2003, o índice mais baixo desde a Segunda Guerra. Em Tóquio, o índice é de apenas 0,9987.
Uma entidade ligada ao governo prevê que a população japonesa atingirá seu pico em 2006 e começará a encolher no ano seguinte. Se a atual tendência continuar, a população diminuirá de 127 milhões para 100,6 milhões em 2050.
Diante desse cenário sombrio, o relatório deposita suas esperanças nas mulheres do chamado "segundo baby boom", uma geração que nasceu no começo da década de 1970. São cerca de 8 milhões a 9 milhões de mulheres, que terão cerca de 30 anos entre 2005 e 2010.
- Para mudar a tendência de que haja cada vez menos filhos, é vital nos anos até 2010 tomar medidas ativas para que tais pessoas possam conceber e educar filhos com paz de espírito, para que sintam a alegria da puericultura e percebam seus méritos - disse o texto.
Entre as razões citadas para a queda na natalidade está a elevação dos níveis educacionais, a mudança de atitudes sociais com relação ao casamento e à liberdade individual, os custos de criar filhos, a dificuldades das mulheres em conciliar longas jornadas de trabalho com o cuidado às crianças e a escassez de creches.
Se não houver medidas para resolver esses obstáculos, a falta de crianças criará vários problemas para o Japão, como redução do crescimento econômico, maiores custos da previdência social e mesmo problemas psicológicos para jovens mal-socializados, segundo o relatório.