O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou, nesta sexta-feira, o suspense que vinha mantendo em relação a sua candidatura à reeleição. Além de confirmar que pretende se manter no cargo, vai seguir na campanha eleitoral acompanhado do atual vice-presidente, José Alencar. A declaração encerra também um episódio na composição da chapa. O Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi convidado para uma aliança, mas queria o posto de Alencar, o que o Partido dos Trabalhadores (PT) recusou. Ainda assim, o PSB garantiu apoio a Lula, mas apenas em uma aliança informal.
- Em time que está ganhando não se mexe. O José Alencar será meu vice. Ele é um grande empresário e grande companheiro - disse Lula. Alencar terá seu nome oficializado como vice na chapa durante a convenção nacional do PT, neste sábado, em Brasília.
O presidente tentou convencer o PSB a integrar sua chapa para disputar a reeleição. Durante as negociações com o PSB, Lula enfrentou problemas com o PT, que defendia abertamente a manutenção do vice-presidente José Alencar. Presidente do PSB, Eduardo Campos disse que o partido teria que pensar primeiro em como vencer a cláusula de barreira, que obriga os partidos a obter 5% dos votos nacionais para deputado federal, uma questão fundamental para a sobrevivência da legenda. Ele negou que a decisão final esteja ligada à questão de o PSB indicar o vice, argumentando que há problemas em palanques eleitorais de sete estados. Lula queria o PSB formalmente na chapa porque, sem ele, terá menos tempo no programa gratuito de rádio e TV e somará menos minutos que o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.
Durante uma rápida entrevista, o presidente elogiou a seleção brasileira e o bom futebol apresentado por Ronaldo Fenômeno, afirmando que agora o técnico Carlos Alberto Parreira terá um problema para resolver, com os reservas jogando bem.