Os trabalhadores de seis centrais sindicais de todo o país participaram hoje do segundo dia da Marcha Nacional do Salário Mínimo, para exigir do governo a recuperação do poder de compra da remuneração mínima do país.
A caminhada, com cerca de 3,5 mil trabalhadores, começou na Associação dos Servidores do Ministério da Educação e da Cultura (Asmec) e terminou no final da tarde no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade de Brasília.
"Agora, acho que nós estamos nos fortalecendo e queremos, sobretudo, o mais importante: ganhar a opinião pública, pautar o tema como um tema central e pressionar o Congresso Nacionale e o governo federal para que a gente consiga atingir plenamente essas reivindicações da marcha", disse o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carlos Alberto Granna.
De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados de São Paulo, Carlos Andrel Ortiz, existem hoje mais de 23 milhões de aposentados e pensionistas no país. Segundo ele, mais de 15 milhões recebem salário mínimo. "O que nós queremos é que o governo Lula cumpra sua promessa de governo e crie um mecanismo de recuperação do poder aquisitivo do salário mínimo, ao longo do tempo, que é o salário que nós defendemos, do Dieese, que deveria estar em torno de R$ 1,5 mil".
Andrel Ortiz, que trabalhou 35 anos na Ford do Brasil, em São Paulo, lembrou que a tabela do Imposto de Renda está defasada em 17%. "Já faz mais de cinco anos que a tabela não é corrigida nesse país e isso faz com que tenhamos um achatamento do salário". Os trabalhadores também lutam, segundo ele, por um funcionalismo público de qualidade.
A sindicalista Izabel Polo Rodrigues, de 65 anos, recebe pouco mais de um salário mínimo. Com o aumento, ela disse que poderá ajudar nas compras de casa. "Já vai fazer diferença porque com R$ 20 você compra dois pacotes de arroz ou então caixas de leite. Parece que não é nada, mas para um aposentado significa muita coisa". Ela pertence à Associação dos Aposentados dos Químicos do ABC Paulista e saiu de Santo André para participar da marcha.
Para o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), ex-presidente da CUT, o movimento significa maturidade nas relações entre as centrais sindicais. "Estou caminhando com eles e apoiando esse movimento. Inclusive, tivemos agora uma audiência com o presidente da Câmara, João Paulo, que nos acolheu muito bem. Amanhã ele vai conversar com todos eles", disse.
Marcha exige a recuperação do poder de compra do salário mínimo
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Terça, 14 de Dezembro de 2004 às 19:50, por: CdB