O menino cubano Elián González considera o presidente Fidel Castro como um pai e amigo, mas gostaria de voltar a ver seus parentes que vivem em Miami, segundo declarou a um programa de TV.
Elián, 11, contou a um jornalista da rede norte-americana CBS que Fidel assistiu à sua formatura escolar e declarou que estava orgulhoso de tê-lo como amigo.
- Eu também acho que sou amigo dele - disse o menino na entrevista que irá ao ar no domingo no programa "60 Minutes".
- Não só (penso em Fidel) como um amigo, mas também como pai - acrescentou.
Em novembro de 1999, pouco antes de completar seis anos, Elián foi achado boiando à deriva na costa da Flórida, depois de um naufrágio no qual morreram sua mãe e outros cubanos que haviam abandonado Cuba a bordo de uma balsa improvisada.
Os exilados cubanos de Miami travaram uma batalha jurídica para que o pequeno Elián pudesse ficar nos Estados Unidos com seus parentes que já moravam ali e se negavam a entregá-lo. Finalmente, agentes fortemente armados da Imigração norte-americana o recuperaram e o entregaram ao pai, que o levou de volta a Cuba.
Elián, considerado um herói em Cuba, foi entrevistado em espanhol junto ao seu pai em um museu da sua cidade natal, Cárdenas, segundo a CBS. A rede acrescentou que durante o encontro não havia a presença de funcionários do regime comunista cubano.
O menino disse que seus parentes de Miami tentaram convencê-lo a ficar com eles, mas Elián sentia saudades de seu pai e de seus amigos.
- Eles me diziam coisas ruins (sobre o meu pai). Também me diziam que eu dissesse (ao pai) que não queria voltar para Cuba, e eu sempre respondia que queria - disse.
O menino afirmou, entretanto, que gostaria de rever seus parentes exilados. "Apesar de tudo o que fizeram, da maneira como fizeram, são a minha família", declarou.
Os exilados cubanos de Miami, inclusive um tio de Elián entrevistado no programa, disseram que o menino era feliz em Miami e que sofreu uma lavagem cerebral em Cuba.