Rio de Janeiro, 06 de Novembro de 2024

OIT: Brasil ganharia até US$ 117 bi se eliminasse trabalho infantil

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Quarta, 04 de Fevereiro de 2004 às 06:13, por: CdB

Uma avaliação que integra estudo realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) constata que o Brasil poderia ganhar até US$ 117 bilhões se eliminasse o trabalho infantil até 2020. Caso o mundo todo se livrasse deste flagelo, os ganhos poderiam ser de até US$ 5,1 trilhões.

De acordo com o estudo, 246 milhões de crianças entre 5 e 15 anos trabalham atualmente, o que representa uma a cada seis crianças no mundo. No Brasil, o custo para eliminação do trabalho infantil seria de US$ 13,6 bilhões até 2020, sem contar com outros US$ 8,7 bilhões que o governo precisaria destinar a programas como o Bolsa Escola ou o Programa de Erradicação de Trabalho Infantil (PETI).

A OIT estima que, para eliminar o trabalho infantil em todo o mundo, seriam necessários US$ 760 bilhões em investimentos até 2020. O valor pode parecer significativo, mas é o equivalente a dois anos de subsídios dados pelos países ricos a seus agricultores. O valor é ainda sete vezes menor do que os benefícios gerados às economias pelo fim do trabalho infantil.

- Uma boa política social também é uma boa política econômica - afirmou Juan Somavia, diretor da OIT.

No caso do Brasil, onde havia 4,5 milhões de crianças trabalhando em 1999, os benefícios seriam quase nove vezes maiores do que as desespesas que o país teria para erradicar tais práticas. Segundo a OIT, entre os itens calculados estão principalmente os gastos públicos com a criação de novas vagas em escolas para receber as crianças que atualmente estão ausentes das salas de aula por causa do trabalho. No Brasil, isso exigiria US$ 8 bilhões até 2020.

As perdas de salários das crianças no Brasil também seriam significativas, chegando a US$ 3,9 blhões em 2020. Para compensar as famílias pelos prejuízos de renda que teriam com a campanha contra o trabalho infantil, a OIT estima que programas de ajuda precisariam ser implementados em todo o mundo. Em alguns países, como na Tanzânia, a renda gerada por crianças representa 3% da renda nacional e a interrupção desses salários pode ser problemática para várias famílias.

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