Segundo o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o número de crianças vivendo em estado de pobreza aumentou em 17 dos 24 países mais ricos do mundo durante os anos 1990.
A pesquisa trabalhou com dados de países integrantes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Deste grupo de nações, os Estados Unidos e o México são os que têm mais crianças pobres - em ambos, a população infantil vivendo abaixo da linha de pobreza supera 20% do total.
Já em países como Dinamarca e Finlândia as taxas são mais baixas - 3% das crianças dinamarquesas e finlandesas são pobres.
Mito
O documento classifica como um mito a idéia de que a pobreza infantil vem sendo erradicada no mundo desenvolvido.
Os maiores aumentos no percentual de menores vivendo em condições de pobreza foram registrados na Polônia, em Luxemburgo e na República Checa.
Nos países desenvolvidos, os governos costumam medir o que classificam de pobreza relativa, comparando os padrões de vida de cidadãos em diferentes camadas sociais.
O relatório considera em estado de pobreza relativa famílias que vivem com renda abaixo de 50% da média nacional.
O relatório diz ainda que a garantia de serviços básicos para essas crianças depende dos investimentos de cada governo na área social e da taxa de desemprego do país, o que é fundamental para reverter este quadro.
Para a Unicef, é prioritário que os países mais ricos criem planos e metas para reduzir os índices de crianças em famílias de baixa renda.
A proposta do relatório é que os países tenham como meta reduzir os índices para menos de 10%. Para os que já conseguiram estabelecer índices menores, a meta deve ser de 5%.
Quatro países conseguiram reduzir os índices de pobreza: Grã-Bretanha (-3,1%) , Estados Unidos (-2,4%) e Austrália (-1,7%), mas eles ainda apresentam altos índices de pobreza e, segundo a Unicef, precisam de investimentos maciços para alçançar metas melhores.
O quarto país é a Noruega (-1,8%), que vem conseguindo manter um rápido nível de queda e, no momento, é o terceiro com menor índice de pobreza do bloco.
O Brasil não faz parte da OCDE. Atualmente, de acordo com estatística do IBGE, 27,4 milhões de crianças vivem em famílias com renda menor do que meio salário mínimo, representando 45% da população entre 0 e 17 anos.