Foi a apoteose do Palmeiras na Série B do Campeonato Brasileiro. A festa que começou após a partida contra o Sport, em Garanhuns, na última semana, só acaba na noite deste sábado, depois do jogo contra o Botafogo.
O Parque Antártica estava pintado de verde e branco. Nossa Senhora Aparecida também participou da festa. A bandeira com a imagem da santa, que acompanhou a queda para a Segunda Divisão, estava de volta ao Palestra Itália para participar da comemoração.
Nas arquibancadas, os mesmo torcedores que sofreram com a notícia do rebaixamento, no final de 2002, desabafavam com o grito de `é campeão!`.
Lenços brancos, papel picado e balões infláveis verdes, em forma de bastão, davam a cor da festa. Os prédios ao redor do Palestra Itália exibiam com orgulho as bandeiras verde e branca.
O trânsito foi interrompido nas proximidades do estádio para que a torcida pudesse comemorar com tranqüilidade. A bateria da torcida organizada Mancha Alviverde esquentava o clima antes da partida. O hino do Palmeiras, em ritmo de samba, era uma unanimidade.
Os ambulantes apelavam para qualquer objeto com o distintivo do clube para faturar: camisas, bandeiras, chaveiros, bonés, faixas.
Os cambistas se esforçavam para desencalhar os ingressos, que haviam desaparecidos das bilheterias em apenas cinco horas. Porém, os preços não entusiasmavam aqueles que ainda tinham alguma esperança de assistir o jogo-festa.
- Os cambistas dominaram os ingressos. Na quinta-feira, eu vim até aqui e não consegui nada. Um cambistas ofereceu 20 ingressos por R$ 400. Um absurdo. Eu não tenho dinheiro para pagar tudo isso, não - reclamava o estudante Danilo José, de 19 anos, que saiu de Santo André, acompanhado dos amigos Cleiton Marcelo e Paulo César.
- Só de vir para participar da festa aqui na rua já está valendo – disse.
Do lado de dentro, o `caldeirão` só aguardava a entrada em campo de seus heróis. A torcida ditava o ritmo ao grito de `é campeão!`.
Uma bandeira com a logomarca da TV Record, agradecendo o apoio pela transmissão da Série B. O Hulk trocou o gramado por um lugar no camarote da patrocinadora do time.
Mais de uma centena de mascotes anunciava o início de tudo. Um corredor humano, formado pela molecada, levaria os jogadores ao círculo central. Vágner Love foi o primeiro a pisar no gramado.
Foi suficiente para explodir a festa nas arquibancadas. Junto com o atacante surgiram outros, Magrão, Baiano, Marcinho, Lúcio, Diego Souza... e, até o garoto Tony, que jogou apenas poucos minutos contra o Vila Nova (2 a 1), no último jogo da primeira fase.
Adãozinho, suspenso, Daniel e Alceu, machucados, também acompanharam o time.
O único que não apareceu foi o atacante André, que possivelmente será dispensado para a próxima temporada.
O que mais chamava a atenção, porém, eram os cabelos exóticos. Vágner Love apareceu com um moicano verde, com faixas brancas nas laterais, ao melhor estilo David Beckham. Edmílson, Gláuber, Elson e Thiago Gentil estavam de cabeças verdes. Magrão manteve o acaju e Lúcio e Diego Souza, as trancinhas.
Os jogadores fizeram uma corrente humana, correram em direção às arquibancadas e sentiram de perto o calor da torcida. Depois se perfilaram para receber as faixas de campeões da Série B do Campeonato Brasileiro.
O Botafogo tentou entrar em campo sem ser percebido, mas não escapou da vaia. Adversários se abraçaram, comemorando o acesso das duas equipes. E com a bola rolando, a festa não parou. O Palmeiras jogava ao ritmo das arquibancadas.
Palmeiras continua comemoração iniciada na última semana
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Sábado, 29 de Novembro de 2003 às 16:43, por: CdB