A redução das tropas indianas na disputada região da Caxemira ajudou a diminuir a tensão local, disse na segunda-feira o primeiro-ministro do Paquistão, Shaukat Aziz. Mas ele acrescentou não esperar que a medida leve a um grande avanço nas negociações com líderes indianos nesta semana.
Em viagem a Colombo antes de sua primeira visita oficial à Índia, Aziz disse à Reuters estar animado com o progresso nas negociações com o governo indiano sobre a questão da Caxemira, mas afirmou que uma solução permanente seria difícil.
- É bem-vindo o fato de a Índia ter começado a reduzir suas tropas... Esperamos que o processo continue, especialmente nas áreas urbanas, onde há uma grande concentração de soldados - disse Aziz.
Especialistas dizem existir pelo menos 40.000 soldados na região indiana da Caxemira. As tropas tentam acabar com uma revolta de guerrilheiros muçulmanos, que já dura 15 anos na área e que já matou cerca de 45.000 pessoas. Nova Délhi não disse quantos soldados pretende retirar da região.
A Índia insiste que a Caxemira é parte integral do seu território e acusa o Paquistão de incentivar os guerrilheiros. O Paquistão nega e exige a implementação de um plebiscito da Organização das Nações Unidas (ONU) para determinar o que deseja a população, de maioria muçulmana.
O presidente paquistanês, Pervez Musharraf, disse que o país pode retirar sua exigência de plebiscito e fez novas propostas no mês passado, dizendo que a Caxemira pode ser desmilitarizada e colocada sob controle da ONU, controle conjunto ou até mesmo ganhar independência.
Mas Musharraf afirma que a Índia também precisa mostrar flexibilidade. Aziz disse que não espera um grande avanço nas negociações com seu colega indiano, Manmohan Singh.
- A posição do Paquistão é muito consistente. Não mudamos nossa posição cada vez que fazemos uma viagem a um país. Temos que movimentar nossas discussões entre Índia e Paquistão do nível exclusivamente tático para o nível estratégico, e é assim que podemos ver soluções que encontrem um resultado final sustentável - afirmou.
A Índia e o Paquistão travaram duas guerras pela Caxemira, que foi dada à Índia quando a região foi dividida depois da independência da Grã-Bretanha, em 1947. Há cerca de um ano, os dois lados concordaram com um cessar-fogo ao longo de uma linha que separa suas forças na região. A Índia controla cerca de 45% da Caxemira, e insiste em manter suas fronteiras. O Paquistão controla um terço da região, enquanto a China controla o restante.