Os parlamentares da Comissão de Direitos Humanos formarão um grupo de trabalho para analisar todos os documentos em sua posse que tratam de casos da época da ditadura. Foi com base nos documentos entregues pelo ex-cabo do Exército, José Alves Firmino, ex-espião do Comando Militar do Planalto, à comissão, em 1997, que o Correio Braziliense elaborou a série de reportagens. Os deputados também aprovaram requerimento do deputado Fernando Gabeira (sem partido/RJ) no sentido de que fotografias de posse da comissão só sejam liberadas para a imprensa após a autorização da família da pessoa em questão.
Outra providência da Comissão de Direitos Humanos será requerer a perícia das três fotos publicadas pelo jornal, que foram retiradas de seus arquivos. Gabeira levantou uma série questionamentos com relação as fotografias. Preso durante o regime militar, o parlamentar passou por 12 cadeias dos órgãos de repressão. Em nenhum deles, por exemplo, era costume misturar mulheres e homens na mesma cela. Numa das fotografias, a pessoa reconhecida como Vladimir Herzog aparece ao lado de uma mulher.
Gabeira também questiona o fato de o homem identificado como Herzog estar nu e de relógio. Segundo o parlamentar, uma das primeiras providências dos torturadores era retirar o relógio do preso para que ele perdesse a noção de tempo. "Os relógios eram retirados como estratégia dos torturadores ou, simplesmente, para serem vendidos". A viúva de Vladimir Herzog, Clarice, reconheceu o relógio de pulso da fotografia como o da mesma marca utilizado pelo seu marido.
Parlamentares querem perícia para investigar fotos de Vladimir Herzog
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Quarta, 20 de Outubro de 2004 às 16:37, por: CdB