Segundo a fonte, a Alemanha seria o ponto final da fuga de Eike Batista. O país não tem tratado de extradição com o Brasil e parte da fortuna do empresário já estaria internalizada em solo alemão
Por Redação, com agências internacionais - de Berlim, Nova York, EUA, e Rio de Janeiro
Foragido da Polícia Internacional (Interpol, na sigla em inglês), o empresário Eike Batista teria recebido uma ‘dica’ para deixar o país, 72 horas antes que a Polícia Federal (PF) passasse a procurá-lo. Cerca de duas semanas depois que o juiz Marcelo Bretas decretou sua prisão preventiva. Entre a decretação do ato legal até o movimento da PF no encalço do suspeito, houve o lapso de 13 dias.
— Nesse breve período, Eike Batista teria recebido um aviso para deixar o país, o quanto antes. Foi o tempo suficiente para encaminhar os negócios mais urgentes e calcular a rota de fuga. É nesse sentido que parte da força policial busca explicação para o desaparecimento do empresário. Bom lembrar que ele tem dupla cidadania, brasileira e alemã — disse fonte à reportagem do Correio do Brasil, em caráter sigiloso “para não atrapalhar (as investigações)”.
Segundo a fonte, a Alemanha seria o ponto final da fuga de Eike. O país não tem tratado de extradição com o Brasil e parte da fortuna do empresário já estaria internalizada em solo alemão. A PF investiga, ainda, quanto dinheiro teria sido levado para países vizinhos, como o principado de Lichtenstein.
Eike em fuga
O advogado Fernando Martins, que representa os interesses do empresário, no Brasil, afirma que a viagem fora marcada com antecedência. Mas, passadas 72 horas da ordem de prisão, sem que o suspeito tenha se entregado à Interpol, a sustentação de que houve uma simples coincidência se enfraquece mais a cada minuto.
O mandado de prisão foi assinado pelo juiz Bretas em 13 de janeiro de 2017. O cumprimento da ordem ocorreu na manhã desta quinta-feira. A força tarefa se dirigiu à mansão do ex-bilionário, na Zona Sul do Rio, e não o encontrou. Ali, foram informados por funcionários da residência que o suspeito embarcara para Nova York. Estava fora havia 48 horas, desde a noite de terça-feira. As câmaras do Aeroporto Internacional Tom Jobim confirmaram a informação.
Quer voltar
Desconcertado, o delegado federal Tacio Muzzi disse que “em relação à viagem do senhor Eike Batista, não havia prévio conhecimento. Estava-se acompanhando a movimentação dos investigados e, na madrugada desta quinta-feira, chegou ao conhecimento que poderia ter saído para fora do país na data do dia 24, na parte da noite”.
A Corregedoria da Justiça, no entanto, anotou essa declaração com uma série de palavras sublinhadas em vermelho. Advogado de Eike Batista, Fernando Teixeira Martins trabalhou como agente da Polícia Federal de 2004 a 2015. Ele acompanhou os policiais federais durante a busca e apreensão na residência do seu cliente.
A versão oficial é que Batista quer voltar ao Brasil “o quanto antes” e estaria em curso negociações para uma delação premiada.