O ex-senador Aloizio Mercadante também informou que o grupo de transição na área da defesa deve ser anunciado ainda na segunda-feira, após a chegada de Lula. Segundo ele, será um grupo “representativo para essa tarefa, que é o diálogo com as forças armadas”.
Por Redação, com agências internacionais - de Brasília e Lisboa
O coordenador dos grupos técnicos que fazem a transição de governo, Aloizio Mercadante, afirmou nesta sexta-feira que o ministro da Defesa do futuro governo Lula será um civil. O tema, no entanto, precisará passar pelo crivo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Lula, em Portugal, encontra o presidente Rebelo de Sousa, em uma reunião cordial
Lula encontrou-se, nesta manhã, com o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, e retornará ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde a equipe de transição trabalha. Ao chegar em Lisboa, Lula também teve um encontro com o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi. Nesta tarde, no entanto, Mercadante falou aos jornalistas e adiantou que “o presidente (Lula) já disse isso publicamente, que o ministro da Defesa será um civil. Foi no governo dele e será (no novo mandato”.
O ex-senador Aloizio Mercadante também informou que o grupo de transição na área da defesa deve ser anunciado ainda na segunda-feira, após a chegada de Lula. Segundo ele, será um grupo “representativo para essa tarefa, que é o diálogo com as forças armadas”.
— Acho que vocês vão ter uma bela surpresa. Acho que está muito bem construído o grupo. Pela composição do grupo, pela representatividade, pela estatura das pessoas que vão participar, vai ser uma excelente solução — afirmou.
Ex-ministros
Criado em 1999, o Ministério da Defesa foi chefiado por civis nos governos Fernando Henrique Cardoso (FHC), Lula e Dilma Rousseff. Em 2018, último ano do governo Michel Temer, a pasta passou ser comandada por militares. O governo Jair Bolsonaro, que assumiu em 2019, também manteve militares à frente do ministério nos últimos quatro anos.
Em 2003, primeiro ano de mandato de Lula, o diplomata José Viegas Filho assumiu o cargo de ministro da Defesa. Filho permaneceu no cargo até 2004, quando foi sucedido pelo então vice-presidente, José Alencar, que chefiou a pasta até março de 2006 e foi sucedido pelo ex-governador da Bahia Waldir Pires.
Em 2007, no segundo mandato de Lula, assumiu o cargo o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim, que permaneceu na função até agosto de 2011 (já no governo Dilma Rousseff).
Generais
Quando Jobim deixou o cargo, o diplomata Celso Amorim assumiu a função, permanecendo à frente do ministério até 2014, ano em que o ex-governador da Bahia Jaques Wagner assumiu o posto. Wagner ficou menos de um ano no cargo e foi sucedido por Aldo Rebelo, que seguiu na pasta até maio de 2016, quando a então presidente Dilma foi afastada em razão do processo de impeachment.
Quando Michel Temer assumiu como presidente em exercício, nomeou o ex-deputado Raul Jungmann para o posto. Jungmann permaneceu no cargo até fevereiro de 2018.
Em fevereiro de 2018, o então presidente Michel Temer nomeou como ministro da Defesa o general Joaquim Silva e Luna, primeiro militar a comandar a pasta.
Em 2019, quando o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo, Silva e Luna passou a comandar a Itaipu e foi sucedido no cargo de ministro pelo também general Fernando Azevedo e Silva, que permaneceu até 2021.
Eleições
No ano passado, Azevedo e Silva foi substituído pelo também general Walter Souza Braga Netto, que permaneceu à frente do ministério até março deste ano. Braga Netto concorreu como candidato a vice na chapa de Bolsonaro, que perdeu nas urnas para a chapa formada por Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB).
Ao deixar o cargo para concorrer a vice de Bolsonaro, Braga Netto foi substituído pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, atual ministro da Defesa.