Rio de Janeiro, 08 de Dezembro de 2024

Relatório: Poderio chinês incomoda EUA

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Quinta, 02 de Fevereiro de 2006 às 09:36, por: CdB

O Pentágono tenta dissuadir a China de aumentar suas forças militares para um nível não justificado quando se leva em conta as necessidades do país asiático na área de segurança, disse uma importante autoridade dos EUA. A questão, segundo essa autoridade, é citada em um plano de longo prazo do Pentágono. Ryan Henry, principal vice-subsecretário de Defesa para a área de política, disse nesta quinta-feira que os EUA desejam garantir que os chineses "tenham a força necessária para atender a suas genuínas necessidades na área de segurança e nada além disso". Não foram fornecidos mais detalhes.

Henry afirmou que a questão havia sido tratada na Revisão Quadrienal de Defesa, um projeto de mudanças para as forças e a estratégia dos norte-americanos. O projeto deve ser enviado ao Congresso na segunda-feira, junto com a proposta de Orçamento do presidente George W. Bush para o ano fiscal de 2007.

O governo Bush revelou por várias vezes estar preocupado com o volume crescente de gastos da China com seu setor militar.

Autoridades dos EUA estimam que a China gasta atualmente de duas a três vezes mais que os 30 bilhões de dólares anunciados oficialmente em seu orçamento de defesa. Segundo um projeto do documento do Pentágono, divulgado pelo site InsideDefense.com, o órgão pede a compra de uma série de novos equipamentos e armas "a fim de ajudar a moldar a escolha de países em encruzilhadas estratégicas."

Michael Pillsbury, assessor para o Pentágono e autor de dois livros sobre o poderio militar chinês, disse que os EUA pretendiam desencorajar a China e a Rússia, entre outros países, de gastar grandes montantes de dinheiro em "sistemas ofensivos, de ataque não-provocado." Henry, assessor do secretário de Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, afirmou que os EUA querem que os chineses "adotem o que nós consideramos o tipo correto de escolha".

Os EUA estão ansiosos para evitar qualquer confronto com a China em virtude de Taiwan, a ilha capitalista que o governo chinês diz ser uma Província rebelde e que deseja ver reincorporada a seu território mesmo pagando o preço de uma guerra. O presidente norte-americano, George W. Bush, prometeu em abril de 2000 fazer o que fosse necessário para ajudar Taiwan no caso de a região ser atacada. A postura dele, porém, tem se tornado mais dúbia em meio aos esforços do governo norte-americano para evitar qualquer embate.

As políticas a serem adotadas em relação à China ocupam apenas parte do relatório, que avalia a estratégia de defesa dos EUA para os próximos 20 anos. Segundo o projeto do documento, o Pentágono deseja aumentar em 15 por cento as forças dos EUA para operações especiais e em um terço o número de batalhões para operações especiais como parte da "guerra contra o terrorismo", declarada por Bush após os ataques de 11 de setembro de 2001.

O relatório traça os planos do Pentágono para melhorar a segurança interna do país e ampliar as forças envolvidas nas operações que visam impedir terroristas de ter acesso a armas químicas, nucleares e biológicas. A Marinha dos EUA deve aumentar de um para dois o número de submarinos que compra anualmente até 2012. E a Força Aérea deve antecipar em quase 20 anos seus planos de melhorar sua capacidade de ataque de longo alcance, segundo o documento.

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