Os trabalhadores do transporte público na Itália foram convocados nesta sexta-feira, para uma greve que aumenta a tensão no setor, já que se une às mobilizações em outras áreas, como aconteceu ontem com os controladores aéreos.
A "trégua" implícita aceita pelos sindicatos durante as festas de final de ano acabou e o conflito volta a predominar na área dos transportes, cujos sindicalistas recorrem periodicamente à greve como meio de pressão sobre os empresários para pedir melhores condições trabalhistas.
Nesta sexta-feira, a ameaça cai sobre os passageiros italianos de ônibus, bondes e metrô, que em cada cidade italiana param em várias faixas de horário.
Os organizadores do protesto desta sexta são vários sindicatos, inconformados com o acordo que as grandes centrais em nível estatal assinaram para o setor no dia 20 de dezembro.
Estas centrais menores desejam condições trabalhistas melhores que as firmadas há quase três semanas pelos grandes sindicatos.
Na maior parte das cidades, a greve deveria começar por volta das 08.00 (05.00 de Brasília) e, até o momento, foi respeitado o horário de maior fluxo, o que permitiu que muitos cidadãos chegassem a seus empregos.
Assim, eliminou-se o temor do que aconteceu em dezembro em Milão, quando em uma greve parcial do transporte local não foram respeitados os serviços mínimos e milhares de trabalhadores não conseguiram ir para o trabalho.
Em Roma, as primeiras horas de serviço foram realizadas de forma normal e, a partir de 08.30 (05.30 de Brasília), os transportes pararam, incluindo as duas linhas de metrô da cidade.
Enquanto isso, durante as horas de greve, por volta de meio-dia, estão previstas manifestações das transportadoras por diversas cidades, a pé ou com seus próprios veículos, no caso dos ônibus, mas a passo muito lento.
A greve fez com que muitos cidadãos tirassem seus carros da garagem o que, unido à chuva que cai em grande parte da Itália, complicou o trânsito nas primeiras horas desta sexta-feira.
A mobilização acontece depois que, ontem, os aeroportos de toda a Itália viveram um dia de caos em decorrência de uma greve de oito horas dos controladores aéreos, que prejudicou todas as empresas que operam no país.
Isso representou a anulação de aproximadamente 600 vôos, o que deixou em terra milhares de passageiros, entre italianos e estrangeiros. Apenas a Alitalia cancelou 334 vôos (166 nacionais, 162 internacionais e 6 intercontinentais), o que representou quase a metade de seus movimentos programados. Além disso, os horários de outros 72 foram modificados.
O transporte continuará sendo um setor de conflito nas próximas semanas, já que em 19 de janeiro podem repetir os problemas para aqueles que desejam voar.
Nesse dia, todos os sindicatos representados na Alitalia convocaram os funcionários a parar durante oito horas para protestar contra o plano de reestruturação aprovado pela direção, que inclui a demissão de 1.488 funcionários e a transferência de outros 1.200.
Os pilotos da Alitalia foram convocados para a greve em 9 de fevereiro, enquanto os controladores de vôo de todo o país foram chamados novamente para interromperem as atividades em 20 de fevereiro.
Trabalhadores do transporte público aderem à greve na Itália
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Sexta, 09 de Janeiro de 2004 às 08:56, por: CdB