Rio de Janeiro, 07 de Dezembro de 2024

Turquia transfere julgamento de caso Khashoggi para Riad

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Quinta, 07 de Abril de 2022 às 09:30, por: CdB

Ao todo, os turcos estavam julgando à revelia 26 suspeitos de terem alguma participação no assassinato do jornalista, ocorrido em outubro de 2018 durante uma visita do repórter ao consulado de seu país em Istambul.

Por Redação, com ANSA - de Ancara

A justiça da Turquia anunciou nesta quinta-feira a suspensão e a transferência do julgamento de suspeitos de terem participado da morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi para um tribunal de Riad. A decisão já era esperada após o pedido da Procuradoria também solicitar a mudança, mas não foram dados detalhes das motivações.
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Khashoggi foi morto em outubro de 2018, mas seus restos mortais nunca foram encontradosKhashoggi foi morto em outubro de 2018, mas seus restos mortais nunca foram encontrados
Ao todo, os turcos estavam julgando à revelia 26 suspeitos de terem alguma participação no assassinato do jornalista, ocorrido em outubro de 2018 durante uma visita do repórter ao consulado de seu país em Istambul. Os restos mortais do jornalista, muito crítico ao governo saudita, nunca foram encontrados. Há suspeitas de que o assassinato do profissional também tenha participação do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, com um relatório até dos Estados Unidos indicando que o membro da realeza deu "autorização" a uma missão para "capturar ou matar" Khashoggi. Após o anúncio da justiça turca, a ex-namorada do jornalista Hatice Cengiz informou que irá entrar com um recurso contra a decisão.

Arábia Saudita

– Aqui não somos governados por uma família, como é na Arábia Saudita. Nós temos um sistema judicial que responde às queixas dos cidadãos e, como tal, nós vamos recorrer. A minha batalha por justiça por Jamal não acabou. A corte pode também decidir ignorar a verdade sobre esse caso, mas eu não vou parar e não ficarei em silêncio – disse Cengiz aos jornalistas após a audiência. – Todos sabemos quem é o culpado pelo homicídio de Jamal e agora é mais importante do que nunca seguir adiante. Não me entregarei e acredito que algum dia teremos justiça por Jamal – acrescentou. A Arábia Saudita já julgou e condenou oito pessoas por participação no assassinato de Khashoggi, sendo que cinco deles chegaram a ser punidos com a pena de morte. Depois, todas as condenações foram comutadas para 20 anos de detenção em regime fechado. Porém, nenhum membro do alto escalão do governo saudita foi envolvido no processo.
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