Rio de Janeiro, 02 de Novembro de 2024

Vaias ao hino chileno e xingamentos a Dilma mostram torcida rica e mal educada

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Domingo, 29 de Junho de 2014 às 09:20, por: CdB
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Torcedoras vaiam durante a execução do hino do Chile, em uma demonstração de incivilidade e grosseria
Estádios cheios de gente branca, rica e... mal educada. Esta é a realidade que a Copa do Mundo tem mostrado aos países que transmitem os jogos do mundial, até agora. No Itaquerão, em São Paulo, xingamentos pesados à presidenta da República, Dilma Rousseff, e agora, no Mineirão, em Belo Horizonte, vaias ao hino chileno têm sido alvo de críticas tanto na imprensa internacional quanto nas redes sociais. Neste domingo, o blogueiro Leonardo Sakamoto, um dos mais acessados na internet, questiona: O que leva uma pessoa a vaiar o hino de outro país enquanto ele é executado em um jogo de Copa do Mundo? "Entendo que, em bando, os seres humanos não raro ficam mais idiotas. Isso é facilmente comprovável, por exemplo, por algumas torcidas organizadas que compensam suas frustrações cotidianas e reafirmam identidades de forma tosca através da violência". Leia, na íntegra, o artigo de Sakamoto Contudo, não são as torcidas organizadas que preenchem as arquibancadas dos estádios de futebol nestes jogos da seleção (aliás, se fossem, ao menos empurrariam o time o tempo inteiro ao invés de ficarem em silêncio, com cara de susto e medo, diante de momentos tensos), mas grupos com maior poder aquisitivo, dado o preço de boa parte dos ingressos. Renda pode até estar diretamente relacionada à obtenção de escolaridade de melhor qualidade. Mas escolaridade definitivamente não está relacionada com educação. Ou respeito. Ou bom senso. Ou caráter. E considerando que, provavelmente, muitos dos que vaiaram o hino do Chile quando executado à capela foram os mesmos que, minutos depois, estavam cantando “sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”, posso concluir que o sujeito é guiado pela aversão do estrangeiro característica da xenofobia. Aversão potencializada e exposta pela covarde sensação de segurança por ser maioria e estar em casa. Vaiar o hino do adversário não é uma brincadeira. Muito menos uma catarse coletiva, uma indignação contra a cantoria à capela do outro. Nem ajuda na partida. Pelo contrário, mostra para o mundo que está assistindo pela TV que nós, brasileiros, podemos ser tão preconceituosos quanto os preconceituosos que, não raro, nos destratam no exterior simplesmente por sermos brasileiros. Aos vizinhos chilenos, portanto, peço que nos perdoem. Parte de nossos conterrâneos não sabe o que faz.
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