A violência nas escolas será tratada como questão de educação e ganha status de política pública permanente com o Programa Ética e Cidadania - Construindo Valores na Escola e na Sociedade. Conduzido pelo Ministério da Educação em parceria com a Secretaria Especial de Direitos Humanos, o programa promete abranger todas as escolas do ensino fundamental e médio dos municípios com mais de 100 mil habitantes, atendendo a 32 milhões de estudantes que serão educados em temas como direitos humanos, convivência social, exclusão e ética.
Há quatro anos, o Ministério da Justiça promoveu o 1º grande debate nacional sobre a violência nas escolas, que envolveu aproximadamente 100 entidades da sociedade civil, resultando num programa experimental, o "Paz nas Escolas", em parceria com o Ministério da Educação. O governo percebeu que o problema só poderia ser enfrentado pelas vias da educação e precisou "combater os adeptos das cercas, muros e detectores de metais nas escolas, como medidas de combate à violência, marcada por banditismo, drogas e gangues", como esclarece o ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos.
Para o Ministro da Educação, Tarso Genro, o Programa Ética e Cidadania será responsável pela disseminação de valores entre os jovens estudantes, "como o afeto, o respeito, a preservação do bem público". A saída começa com o próprio jovem, que deve ser o protagonista das ações de combate à violência dentro dos grêmios estudantis, até o seu envolvimento com a comunidade, professores e pais de alunos na discussão das causas da violência.
Segundo Nilmário Miranda, o jovem ingressa na violência escolar aos 15 anos e a situação tende a se agravar quando ele completa 18 anos de idade. O Ministro aposta na mobilização e conscientização dos estudantes para a aprovação do referendo popular, em outubro de 2005, quando o Brasil votará restrições à comercialização de armas de fogo e munição, segundo o Estatuto do Desarmamento, aprovado pela Câmara e Senado. "Eles serão os nossos maiores parceiros para o Brasil escolher um outro tipo de sociedade, sem armas, resolvendo os conflitos através de mediação jurídica, pacífica, mas nunca pelo tiro, pela arma, pela violência", finaliza.
Edmar Gabriel tem 19 anos e está no último ano do ensino médio em uma escola do GDF - Governo do Distrito Federal. "Já perdi a conta de quantas vezes me meti em brigas na escola", confessa. Hoje, Edmar agradece ao pai que o proibiu de andar com colegas violentos. "Eles consumiam drogas e maltratavam os professores", conclui.
Violência será combatida com ensino de direitos humanos e ética
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Segunda, 24 de Maio de 2004 às 11:32, por: CdB